Nos últimos anos, o Rio Grande do Sul tem registrado um aumento preocupante nos casos de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). Dados recentes do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais de saúde apontam que jovens entre 15 e 29 anos são os mais afetados, com destaque para o crescimento de infecções como sífilis, gonorreia, HPV e HIV. Esse cenário não apenas expõe falhas na prevenção, mas também revela a urgência de se discutir abertamente um tema que ainda é cercado de tabus: a saúde sexual.
As DSTs Mais Comuns no Rio Grande do Sul
Entre as DSTs que mais preocupam no estado, a sífilis lidera o ranking. Em 2024, o Rio Grande do Sul registrou mais de 10 mil casos da doença, com um aumento significativo entre jovens adultos. A gonorreia e o HPV também apresentam números alarmantes, sendo este último associado a complicações como câncer de colo do útero e verrugas genitais. Além disso, os casos de HIV continuam a crescer, especialmente entre homens jovens que fazem sexo sem proteção.
Faixa Etária Mais Afetada
A faixa etária entre 15 e 29 anos é a mais vulnerável. Esse grupo, que deveria ser o mais informado sobre os riscos das DSTs, muitas vezes subestima os perigos ou acredita em mitos, como a ideia de que “conhecer” o parceiro é suficiente para dispensar o uso de preservativos. A falta de diálogo sobre sexualidade nas escolas e em casa contribui para essa desinformação, deixando os jovens expostos a riscos que poderiam ser facilmente evitados.
Os Riscos Iminentes da Transa Sem Camisinha
A relação sexual sem proteção é a principal via de transmissão das DSTs. Muitos jovens acreditam que, por não verem sinais visíveis de infecção no parceiro, estão seguros. No entanto, muitas DSTs são assintomáticas em seus estágios iniciais, o que significa que uma pessoa pode transmitir uma doença sem saber que está infectada. Além disso, a falsa sensação de segurança ao confiar apenas em métodos contraceptivos, como a pílula, aumenta o risco, já que esses métodos não protegem contra infecções.
Outro problema é a desculpa comum de que “camisinha não é a mesma coisa”. Embora seja verdade que o preservativo possa reduzir um pouco a sensibilidade, ele é a forma mais eficaz de prevenir DSTs e gravidez indesejada. A negligência em seu uso pode resultar em consequências graves, como infertilidade, complicações durante a gravidez e até mesmo doenças crônicas ou fatais.
Por Que Ainda É Um Tabu Falar Sobre DSTs?
Apesar dos avanços na medicina e na educação, o tema das DSTs ainda é cercado de tabus. Muitas pessoas associam essas doenças a comportamentos “imorais” ou “promíscuos”, o que gera estigma e vergonha. Esse preconceito impede que as pessoas busquem informações, façam testes regularmente ou conversem abertamente sobre sexualidade. Além disso, a falta de abordagem nas escolas e a resistência de algumas famílias em discutir o assunto contribuem para a perpetuação da desinformação.
A Importância da Conscientização
É fundamental que os jovens entendam que a saúde sexual é uma responsabilidade individual e coletiva. Acreditar que o parceiro está “limpo” apenas pela aparência ou por confiança não é suficiente. A única forma de garantir proteção é usando preservativos em todas as relações sexuais e realizando exames regularmente, especialmente ao iniciar um novo relacionamento.
Campanhas de conscientização devem ser intensificadas, tanto nas escolas quanto nas redes sociais, onde os jovens passam a maior parte do tempo. É preciso normalizar o diálogo sobre DSTs, desmistificar o uso da camisinha e destacar que cuidar da saúde sexual não é motivo de vergonha, mas um ato de respeito consigo mesmo e com o outro.