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terça-feira, abril 23, 2024

Dirigente sindical fala sobre temas de interesse dos agricultores familiares

Sentinela do Sul – A pandemia de coronavírus trouxe inúmeros desafios para a comunidade em geral. Mas para aqueles que moram nas zonas rurais e que extraem da terra o seu sustento o cenário não é diferente, pois além deste “novo normal”, os agricultores ainda dependem do clima e de vários outros fatores para o sucesso de sua safra.

Esta semana o Portal ClicR conversou com Romildo Oliveira da Silva, presidente do Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Sentinela do Sul e Tapes. Na entrevista Romildo falou sobre o atual cenário das culturas de fumo, arroz e milho. O dirigente também conversou sobre outros temas, caso do crédito rural, da aposentadoria e demais assuntos de interesse dos agricultores.

Portal ClicR – Romildo, como você avalia o atual cenário das culturas do fumo, arroz e milho, levando em conta o clima e os preços?

Romildo – O clima para a cultura do fumo não prejudicou muito, o arroz também não foi muito atingido, mas o milho sim, acabou sendo bastante atingido pela estiagem em todas as etapas épocas do plantio. Quanto ao aos preços de venda do fumo, agora saiu um aumento de 4 a 5 %, porém as vendas estão bem a baixo da média esperada nesta safra.

Sobre o arroz, se estima que já foi colhido 90% da safra e sua produção foi de boa qualidade, seu preço de venda não caiu muito em comparação ao fim da safra passada, hoje o preço da saca de 50 kg do grão fino está em torno de R$90,00 e se estima um aumento.

Já o milho a cultura complicada, pois teve vários impactos com a estiagem e com a redução de áreas plantadas, quem conseguiu colher bastante produção se puder segurar, se estima um bom preço de venda por falta de grão no mercado.

Portal ClicR – Com os problemas enfrentados pelos agricultores familiares, existe atualmente algum auxílio ou crédito rural disponibilizado pelos governos (federal e estadual)?

Romildo – Direcionado especificamente para o agricultor (segurado especial) infelizmente não tem. O governo apenas fez o “auxílio Emergencial”, que por orientação de nossa Federação (FETAG-RS), não incentivamos o agricultor a solicitar, pois poderiam ter algum problema e acabar sendo desenquadrado como segurado especial e ser negado algum tipo de benefício futuro quando requerer, mas como sabemos a dificuldade que o agricultor está passando, coube a ele escolher solicitar ou não (…). Até o momento não tivemos nenhum problema até por que foi um pouco bagunçado esta distribuição de auxilio sem muito análise, mas temos receio que depois de tudo acabar, por causa do cruzamento de dados, o agricultor acabe sendo prejudicado com seu PRONAF ou outros benefícios. Falando sobre Pronaf este foi feito um pedido da FETAG- RS juntamente com os sindicatos para que os bancos mantenham as taxas de juros, se não possível baixa-las para a agricultura familiar.

Portal ClicR – Sobre os preparativos para a safra 2021/22 de tabaco, qual a orientação passada pelas entidades?

Romildo – Não se precipitar, não plantar mais do que possa cuidar em agricultura familiar, pois quanto mais planta, mais insumos, mais mão de obra, tendo consciência de suas condições financeiras e de saúde, o que faz a diferença é a oferta na hora da venda e a falta de produto no mercado.

O que leva muito em conta com a valorização do preço de venda do tabaco é o agricultor acompanhar e negociar a venda do seu produto junto a fumageira.

Portal ClicR – Sobre aposentadoria rural, diante das restrições em função da pandemia, quais os locais que os agricultores podem consultar informações a respeito?

Romildo – Por causa da pandemia muitos postos do INSS fecharam, ou limitaram seus atendimentos, salientamos que fazer um pedido de qualquer tipo de benefício (auxílios, aposentadoria etc..), não é tão simples assim, existem várias regras, leis e documentos que devemos respeitar e que variam de segurado para segurado, então antes de qualquer encaminhamento sempre se informe com o sindicato de seu município, pois depois de um processo mal encaminhado podemos não conseguir ajudar o agricultor. Muitos tentam fazer sozinhos pelo fone 135 ou online, mas acabam se prejudicando, sendo que sempre estaremos aqui de portas abertas. Estamos sempre buscando informações, nos aperfeiçoando correndo atrás de leis que mudam todos os dias, processo esse que é dificultoso até para nós, imagina para o agricultor que muitas vezes não tem acesso e nem conhecimento destas tecnologias, informações estas que também podem chegar a ele totalmente erradas por fontes não confiáveis.

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Matheus Medeiros
Matheus Medeiros
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