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sexta-feira, março 29, 2024

Filhotes de macaco extinto em Florianópolis nascem durante pandemia e são apelidados de Covid e Corona

Por G1 e NSC TV

Dois filhotes de bugio-ruivo, espécie considerada extinta em Florianópolis, nasceram durante a pandemia no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), no parque do Rio Vermelho, Norte da Ilha, na capital catarinense. Eles receberam os apelidos de Covid e de Corona.

“Nós vemos tanta notícia ruim, é tão fácil perder a esperança. Mas poder reintroduzir o bugio aqui em Florianópolis, que é o nosso lar, é um sonho, vai ser incrível”, diz Vanessa Kanaan, coordenadora do Cetas.

A reprodução dos macacos é comemorada pela equipe do centro de reabilitação de animais silvestres, pois não foi induzida e aconteceu de forma natural em cativeiro. Os filhotes são de mães distintas, mas os cuidadores acreditam que seja do mesmo pai.

Segundo os especialistas, essa reprodução natural mostra que os 20 bugios-ruivos que vivem no local estão saudáveis e, no futuro, podem ser devolvidos à natureza, o que deve ocorrer em até quatro anos.

 

Confira matéria trazido pelo G1

Os animais nasceram em 23 de março e 12 de abril e foram descobertos durante ronda de rotina. “Quando a gente viu o primeiro filhote, ficamos surpresos: ‘Meus Deus, tem um filhote ali”, diz a bióloga Janaína Aparecida.

A equipe acompanha o desenvolvimentos dos filhotes sem interferir nos cuidados da família com os bichinhos, que já viraram mascotes no Cetas..

 

Extintos há 150 anos em Florianópolis

Um dos filhotes de bugio-ruivo que nasceram no parque do Rio Vermelho, em Florianópolis, e a mãe — Foto: Instituto Espaço Silvestre/Divulgação

O bugio-ruivo é considerado extinto em Florianópolis há pelo menos 150 anos, segundo o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (Ima). No estado, o bugio-ruivo corre risco de extinção.

Eles viviam nas florestas que cobriam praticamente toda a Ilha. Com o avanço da urbanização e destruição ambiental, além de incêndio e da caça, eles não existem mais nas matas da capital catarinense.

“Sabemos que é bem constante a prática de caça na Ilha ainda hoje e isso foi um dos motivos que levou a extinção aqui”, explica a coordenadora do Cetas.

 Mesmo com o trabalho de regeneração ambiental em alguns pontos, a espécie não conseguiu se restabelecer e por isso o Cetas faz o trabalho para tentar reintroduzi-lo na natureza.

Não se sabe há quantos anos esta família de bugios-ruivos vive no Cetas. A equipe que assumiu a gestão do centro, no ano passado, não tem registros de quando os animais foram levados para o local.

Os bugio-ruivos têm pigmentação que pode mudar ao longo do anos, podendo ser mais u menos ruiva. A cauda serve como um quinto membro e ajuda o bicho a se segurar nos galhos.

Eles estão entre os primatas mais barulhentos da floresta – conseguem se comunicar mesmo a quilômetros de distância com o ruído que emitem, e são conhecidos também por macaco-uivador, guariba ou barbado.

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Redação CLICR
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