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sexta-feira, abril 19, 2024

Rússia x Ucrânia: O que você precisa saber sobre o conflito

Nos últimos tempos o mundo tem voltado sua atenção para o conflito entre Rússia e Ucrânia, aumentando as dúvidas sobre como a tensão entre os países pode impactar o restante da Terra. Em um pronunciamento na madrugada desta quinta-feira (24), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informou que o confronto pode ser o início de uma guerra na Europa. Em sua declaração, Zelensky fez um apelo aos cidadãos da Rússia, pedindo para que as pessoas se manifestem contra o ataque da Rússia.

No entanto, na manhã desta quinta-feira (24), as regiões separatistas da Ucrânia foram atacadas pela Rússia, após autorização de Vladimir Putin, presidente da Rússia, transmitida pela TV. Até o momento, a Ucrânia informou que o ataque resultou na morte de pelo menos 50 soldados russos. Ainda, há informações de que ao menos 40 soldados ucranianos tenham morrido, mas ainda não há confirmação oficial. As autoridades ucranianas também informaram que seis aviões russos teriam sido destruídos durante o ataque.

Foto: Membros do serviço das forças armadas ucranianas ao lado de um sistema de mísseis montado em tripé fora de Kharkiv, Ucrânia 24 de fevereiro de 2022 REUTERS/Maksim Levin

O líder da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”, utilizando o fato como justificativa para os ataques. Putin responsabilizou a Ucrânia pela guerra, assim como pelas suas consequências. “Toda responsabilidade será do regime da Ucrânia. Todas as decisões já foram tomadas. A verdade está do nosso lado. Os objetivos serão atingidos”, disse o presidente. Ainda, o líder russo disse que não aceitará interferência estrangeira. Putin manifestou que “quem tentar interferir, ou ainda mais, criar ameaças para o nosso país e nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e levará a consequências como nunca antes experimentado na história”.

Autoridades ucranianas relataram que foram registrados, desde o começo do dia, 203 ataques contra o país, com conflitos vivenciados em diversas áreas da Ucrânia. Dmytro Kuleba, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, afirma que Putin iniciou uma “invasão em grande escala” contra a Ucrânia. “Cidades ucranianas pacíficas estão sob ataque”, disse o ministro, por meio do Twitter.

Lei marcial

Na manhã desta quinta-feira (24), o presidente Volodymyr Zelensky pediu calma para os ucranianos e comunicou que está adotando a lei marcial. 

Segue comunicado do presidente da Ucrânia:

“Caros cidadãos ucranianos, esta manhã o presidente Putin anunciou uma operação militar especial em Donbass. A Rússia realizou ataques contra nossa infraestrutura militar e nossos guardas de fronteira. Ouviram-se explosões em muitas cidades da Ucrânia. Estamos introduzindo a lei marcial em todo o território do nosso país. Hoje cada um de vocês deve manter a calma. Fique em casa se puder. Nós estamos trabalhando. O exército está trabalhando. Todo o setor de defesa e segurança está funcionando. Sem pânico. Nós somos fortes. Estamos prontos para tudo. Vamos vencer todos porque somos a Ucrânia.”

Cidadãos ucranianos

Com o objetivo de encontrar refúgio longe do confronto, milhares de pessoas tentam deixar a cidade de Kiev. As ruas da capital encontram-se congestionadas, e os transportes públicos, como estações de trem, metrô e ônibus, estão lotados. Diversos postos de combustíveis estão desabastecidos, e no restante, há filas de carros. Os supermercados também contam com alta demanda dos cidadãos, que procuram por mantimentos.

Para os ucranianos que procuram abrigo em outro país, podem encontrar refúgio na Polônia. Em um e-mail enviado à agência de notícias Reuters, o Ministério de Saúde da Polônia comunicou que o país “está se preparando para aceitar imigrantes da Ucrânia, incluindo cidadãos ucranianos afetados pelo conflito armado”. O Ministério da Saúde também informou que os hospitais poloneses estão preparados para receber pacientes. Além disso, o país está preparando um trem médico, que será disponibilizado para o transporte de cidadãos ucranianos que foram feridos no ataque.

Foto: Pessoas esperam em um engarrafamento ao deixar a cidade de Kharkiv, depois que o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma operação militar no leste da Ucrânia, na região de Kharkiv, Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022. REUTERS/Antonio Bronic

Repercussão mundial

Como mencionado no início da matéria, o conflito entre os países têm ganhado a atenção do mundo. Após o pronunciamento de Putin, Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, liberou o seguinte comunicado: “As orações de todo o mundo estão com o povo da Ucrânia esta noite, que sofre um ataque não provocado e injustificado das forças militares russas. O presidente Putin escolheu uma guerra premeditada que trará uma perda catastrófica de vidas e sofrimento humano. A Rússia sozinha é responsável pela morte e destruição que este ataque trará, e os Estados Unidos e seus aliados e parceiros responderão de forma unida e decisiva. O mundo responsabilizará a Rússia”. Em conversa com Zelensky, Biden ofereceu apoio à Ucrânia.

Antonio Guterres, secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), fez um pedido ao presidente da Rússia, durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança. “Presidente Putin, em nome da humanidade, leve suas tropas de volta à Rússia!”, disse Guterres.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também se manifestou a respeito dos ataques que tiveram como alvo a Ucrânia. No Twitter, von der Leyen disse que “nestas horas sombrias, nossos pensamentos estão com a Ucrânia e as mulheres, homens e crianças inocentes que enfrentam esse ataque não provocado e temem por suas vidas” e, em pronunciamento na manhã de hoje (24), falou sobre “sanções massivas e estratégicas” contra a Rússia.

Em discurso, Emmanuel Macron, presidente da França, disse que este é “o ataque mais sério à paz e à estabilidade na Europa em décadas”, mencionando o ataque sofrido pela Ucrânia. Macron também alertou que “estes eventos são um ponto de viragem na história da Europa e do nosso país. Terão consequências duradouras e de longo alcance nas nossas vidas, na geopolítica do nosso continente”.

Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, comunicou que os 27 países da UE, que se reúnem em Bruxelas, preparam sanções que serão “as mais severas já implementadas”. 

Brasil

Hamilton Mourão (PRTB), vice-presidente do Brasil, afirmou, em comunicado para a imprensa, que o Brasil não está neutro em relação à situação que a Ucrânia tem enfrentado. Mourão declarou que “O Brasil deixou muito claro que respeita a soberania da Ucrânia”. O vice-presidente mencionou que o Brasil tem tomado posição na ONU, além de respeitar os princípios básicos do Direito Internacional. Entretanto, Mourão concluiu informando que “por enquanto, não temos nenhuma outra coisa a fazer além disso”.

 

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