As principais culturas agrícolas do Rio Grande do Sul seguem impactadas por fatores climáticos extremos, como altas temperaturas e restrição hídrica. Enquanto algumas lavouras registram perdas significativas, outras ainda mantêm um bom potencial produtivo. Confira o panorama das principais culturas no estado:
Soja
A cultura da soja enfrenta um cenário desafiador, principalmente devido às temperaturas elevadas, que chegam a 40°C, e à irregularidade das chuvas. As lavouras em estágio reprodutivo, que representam a maior parte da área cultivada, sofrem com a baixa umidade do solo, resultando na queda de vagens, desfolhação e redução no porte das plantas. A região Oeste é a mais afetada, mas o impacto se estende por todo o estado. Em algumas áreas, as perdas já são irreversíveis, e o ciclo da cultura foi encurtado. No mercado, o preço médio da soja teve um leve aumento de 0,46%, sendo cotado a R$ 124,91 por saca.
Milho
A colheita do milho já atingiu 54% da área cultivada, com boas produtividades nas lavouras semeadas no período recomendado. No entanto, os plantios tardios sofrem com a falta de chuvas e as temperaturas elevadas, que aceleram o desenvolvimento da planta e reduzem a produção de grãos. O calor excessivo durante a polinização compromete a fecundação e, consequentemente, a produtividade. Além disso, a cigarrinha-do-milho tem sido um problema crescente. O preço do milho apresentou uma leve queda de 0,24%, sendo comercializado a R$ 67,63 por saca.
Arroz
A cultura do arroz se encontra, em sua maioria, nas fases reprodutivas e de enchimento de grãos, com apenas 2% da área já colhida. O potencial produtivo das lavouras é positivo, impulsionado pela alta radiação solar, que favorece o crescimento das plantas e reduz a incidência de doenças. No entanto, na Fronteira Oeste, a falta de chuvas preocupa os produtores devido à rápida redução do nível das barragens. O estado conta com 927.885 hectares cultivados, e a produtividade inicial estimada é de 8.478 kg/ha. O preço médio do arroz teve uma leve retração de 0,22%, ficando em R$ 99,29 por saca.
Feijão
A cultura do feijão está em fase de semeadura, com cerca de 45% da área projetada já plantada. As chuvas recentes ajudaram a avançar o plantio e beneficiaram as lavouras em desenvolvimento. Atualmente, 92% das lavouras estão na fase vegetativa, 6% em floração e 2% na formação dos legumes. A previsão de produtividade para a safra 2024/2025 é de 1.572 kg/ha. O preço do feijão registrou um aumento de 0,84%, sendo comercializado a R$ 224,38 por saca.
Conclusão
Os desafios climáticos seguem sendo o principal obstáculo para a produção agrícola no Rio Grande do Sul. O impacto da seca e das temperaturas extremas exige monitoramento constante por parte dos produtores e das entidades do setor, buscando mitigar as perdas e garantir a sustentabilidade das lavouras.
Referência: Unifertil
