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quinta-feira, março 28, 2024

Uso do álcool na gravidez pode causar danos irreversíveis ao bebê

Por Claudia Paes – Jornalista
Geneticista aponta riscos na motricidade e cognição
O cérebro de um feto é o órgão mais suscetível aos efeitos do álcool. Como a substância passa livremente a placenta, caso a mãe faça uso de bebidas alcoólicas durante a gravidez, o líquido amniótico fica suscetível a impregnar-se e, no organismo do embrião, o fluxo sanguíneo cerebral ficará prejudicado, podendo sofrer prejuízos irreversíveis. Não há estudos indicativos sobre uma dose segura.
A Síndrome do Álcool Fetal (SAF) é uma das principais causas de problemas na formação intrauterina. A SAF pode causar anomalias craniofaciais, deficiência de crescimento intra e extrauterino, disfunções do sistema nervoso central (como atraso neuropsicomotor, deficiência intelectual e alterações neurocomportamentais), além de várias malformações associadas, principalmente cardíacas, oculares, renais e de coluna vertebral. A maior parte dos indivíduos expostos ao álcool no período pré-natal, no entanto, apresenta consequências a médio e longo prazo, exclusivamente sobre o comportamento e a inteligência (Efeitos do Álcool Fetal).
Os riscos do consumo de álcool também atingem a mãe. É possível o aumento do risco de aborto espontâneo, de descolamento prematuro de placenta, hipertonia uterina e parto prematuro.

Maria Teresa Sanseveriano

De acordo com a geneticista do Fertilitat – Centro de Medicina Reprodutiva, Maria Teresa Sanseverino, o álcool na gestação é um teratógeno de uso largamente difundido e a principal causa de deficiência intelectual prevenível. “É importante lembrar que mais de 50% das gestações não são planejadas. Assim, as mulheres em idade fértil e sem anticoncepção segura devem estar atentas ao consumo de bebidas alcoólicas”, observa.
Uma particularidade do álcool e de outros neuroteratógenos, destaca a médica, é que não existe um período seguro de consumo na gestação, uma vez que o desenvolvimento do sistema nervoso central só se completa na vida extrauterina. “Embora os danos causados pelo álcool não possam ser revertidos, a suspensão do seu uso em qualquer momento da gestação traz benefícios para o feto. Portanto, deve-se estimular que as gestantes e as mulheres planejando gestação não façam uso de bebidas alcoólicas para proteção sua e do seu bebê”, salienta.

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Cicero Omar da Silva
Cicero Omar da Silva
Chefe de Redação e Departamento de Vendas Portal ClicR e jornal Regional Cel/Whats: 51 99668.4901

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