No dia 27 de janeiro de 2013, Santa Maria (RS) foi palco de uma das maiores tragédias da história brasileira: o incêndio na Boate Kiss, que deixou 242 mortos e mais de 600 feridos. Hoje, 12 anos depois, a cidade ainda carrega as cicatrizes desse episódio, enquanto sobreviventes e familiares das vítimas lutam por justiça e preservação da memória dos jovens que perderam suas vidas.
O Incêndio
Na madrugada daquele domingo, a boate estava lotada com cerca de mil pessoas, a maioria estudantes universitários, participando de uma festa. O incêndio começou quando um artefato pirotécnico usado pela banda Gurizada Fandangueira atingiu o teto revestido de espuma acústica, que era altamente inflamável. A liberação de gases tóxicos, como o cianeto, foi a principal causa das mortes.
A situação agravou-se pela ausência de medidas de segurança adequadas. Extintores não funcionaram, as saídas de emergência eram insuficientes e houve tumulto na evacuação, com muitas pessoas confundindo os banheiros com saídas.
As Consequências Imediatas
Os hospitais da região foram sobrecarregados, e a mobilização da população foi crucial no atendimento às vítimas. O episódio gerou comoção nacional, resultando em mudanças nas legislações sobre segurança em locais de aglomeração. Porém, os processos judiciais seguiram um curso marcado por lentidão e reviravoltas.
Justiça e Impunidade
Após 12 anos, os desdobramentos judiciais ainda não trouxeram um desfecho definitivo. Em dezembro de 2021, dois réus, os sócios da boate e os integrantes da banda, chegaram a ser condenados a penas de até 22 anos de prisão, mas, em 2022, essas sentenças foram anuladas pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Novos julgamentos são esperados, mas a sensação de impunidade continua sendo uma das maiores dores para as famílias.
E você? Lembra onde estava neste dia?