A abertura oficial do 37º Congresso Brasileiro de Nematologia vai ser uma injeção de ânimo nos congressistas. A conferência inaugural “Ciência, Tecnologia e Inovação na Era do Conhecimento” que será proferida pelo diretor de pesquisa de novos negócios do Grupo Jacto, Tsen Chung Kang, promete despertar nos cientistas interesse pela Lei de Inovação, criada em 2017, que regulamenta como o pesquisador do setor público pode fazer parcerias com empresas privadas, fomentando projetos de pesquisa.
Segundo Kang, todas as grandes instituições de pesquisas no Brasil estão se adequando e fazendo estas parcerias público-privadas. “O mais interessante é que até 50% dos royalties pagos pelas empresas privadas às instituições públicas podem ir para a equipe de pesquisadores. Então, eles agora têm um caminho até para ter uma remuneração melhor, porque podem conseguir não só recursos para fazer a pesquisa, mas para participar dos resultados. Muitos cientistas desconhecem isso”, explica o palestrante, que irá mostrar alguns exemplos que já estão acontecendo no Brasil, como na Embrapa, IAC, ITAL, IB e outras instituições, que estão conseguindo transformar papers em nota fiscal.
O Congresso será aberto no dia 1º de agosto às 18 horas, no Hotel JP, em Ribeirão Preto (SP). A conferência terá início às 18h30. As vagas presenciais já estão esgotadas, mas interessados podem se inscrever no site https://www.37cbn.com.br/ para assistir o evento na modalidade on-line.
Nematologia
Kang complementa que vai apresentar as oportunidades que existem atualmente na área de nematologia. “Uma das coisas mais importantes que estão acontecendo neste setor é a transição da agricultura química para agricultura biológica. E a nematologia é uma das áreas que tem maior potencial para desenvolvimento de biológicos”, afirma.
Os nematoides estão entre os principais desafios da agricultura brasileira, causando perdas estimadas de R$ 36 bilhões anuais, segundo a Sociedade Brasileira de Nematologia. De acordo com Kang, é preciso mais pesquisadores estudando os nematoides, e principalmente, as espécies que são boas, pois não há somente espécies ruins que sugam a planta. “As boas podem ser usadas para aumentar a produtividade ou para combater um fungo ou outra praga. Por isso temos que incentivar estes pesquisadores a transformar suas pesquisas em produtos para serem usados na agricultura. Vamos trazer vários exemplos de como isso está acontecendo no mundo e como isso tem que acontecer no Brasil. O desafio é transformar algumas espécies de nematoides em armas biológicas a favor da agricultura”, conclui o diretor do Grupo Jacto.
Segundo Kang, o Brasil produz hoje mais de 2% de todos os papers do mundo e está em 13º lugar em publicação de papers. Especificamente em relação aos papers da área agrícola, o País está em terceira posição, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos. E em relação a produção científica de agricultura tropical, o Brasil é número 1.
Com o tema Nematoides: Ciência, Tecnologia e Inovação, o 37º Congresso Brasileiro de Nematologia 2022 acontece de 1º a 4 de agosto. O objetivo é promover o encontro e a interação de professores, pesquisadores, técnicos, agricultores, consultores e estudantes ligados à Nematologia Agrícola, bem como difundir informações, conhecimentos e experiências, em torno dos desafios e soluções estratégicas para o manejo de nematoides parasitos de plantas.
Durante os quatro dias serão debatidos temas relacionados às inovações no controle químico e biológico de nematoides, agricultura de precisão e digital, tecnologias para lavouras irrigadas e de sequeiro, grãos, cana, cafeeiros, frutíferas, hortaliças, entre outros temas. Ao todo serão cerca de 40 palestras, mesas-redondas e apresentação de 212 trabalhos científicos, totalizando mais de 50 atividades.
“Nesta edição, vamos focar a discussão em torno dos desafios e soluções estratégicas para o manejo de nematoides parasitos de plantas, além de promover o encontro e a interação entre os participantes”, antecipa o presidente da Comissão Organizadora do 37º CBN, professor e consultor Pedro Soares, da Unesp – Campus Jaboticabal.
Fonte: Ascom Conexão Agro