Um dos prazeres da vida é comer bem e as festas de final de ano são um convite à gula pela variedade gastronômica que ocupa as mesas, com chesters, panetones, farofas, assados de porco, lentilhas, frutas, saladas diversas e uma infinidade de sobremesas.
Porém passados os festejos tradicionais, o que mais se vê no verão em termos de gastronomia é o bom e velho churrasco. Se no inverno o aconchego da casa ao redor do fogão pede uma comida de panela ou de forno, a estação quente do ano nos atiça ao preparo do churrasco, seja na praia, no parque, no apartamento ou mesmo na garagem de casa.
Principalmente para os gaúchos, o churrasco é indispensável nos encontros de famílias e reuniões de amigos aos finais de semana ou em ocasiões especiais. Porém sempre vai haver motivação para se fazer um churrasco, seja um feriado, um jogo de futebol e até mesmo uma reunião de negócios no meio da semana.
Maiquel Kologeski é um destes churrasqueiros para qualquer ocasião e pra ele não tem hora ruim pra se fazer um churrasco.
“O mais difícil é se conversar pra combinar. Fazer o churrasco é pra já”, diz ele sempre que alguém comenta sobre o assunto.
Na morada nova que construiu recentemente, em Linha Italiana, no interior de Cerro Grande do Sul, o primeiro projeto depois da concluir a casa foi erguer um galpão ao estilo campeiro com uma grande churrasqueira redonda quase no centro, onde muitos quilos de carne já foram assados desde a estreia.
“Um churrasco não é só pra comer carne, mas principalmente reunir os amigos contar causo, tomar uns tragos e dar risada e eu gosto de casa cheia, por isso construí esse galpão”, afirma o churrasqueiro.
Churrasco gourmet ou tradicional
Além de ser uma opção muito saborosa o churrasco de maneira geral é muito prático e rápido de preparar. Basta um pedaço de carne, um espeto ou grelha, sal, uma churrasqueira (que pode ser improvisada) e alguns minutos ao fogo (labaredas ou brasas) para preparar uma refeição.
Mas apesar de simples o churrasco também pode ser aprimorado e ao longo do tempo foi inclusive gourmetizado, com cortes especiais e com formas diferentes de preparo, incluindo a utilização de condimentos e temperos diversos que realçam ou incluem aromas e sabores às carnes. Porém estas opções são menos usuais e até causam controvérsias entre os que se dizem “churrasqueiros raíz”.
Maiquel integra este time que segue resistente às mudanças e prefere a forma tradicional e primitiva que consiste em cobrir a carne com sal grosso e levá-la ao fogo.
“Já fiz churrasco com outros tipos de temperos ou com molhos. Também já assei carne com papel alumínio, na grelha e de outras formas, e até confesso que fica bom também, mas gosto mais de fazer do jeitão simples que prevalece o verdadeiro sabor da carne”, garante Maiquel.
A escolha da carne
Para Maiquel o segredo de um bom churrasco começa pela escolha da carne que na sua opinião não precisa ser a mais cara do açougue desde que as peças tenham um corte caprichado, sem nervos e com um bom teor de gordura.
Cortes como a picanha, maninha, alcatra, contrafilé e fraldinha estão entre os mais desejados pelos consumidores em geral, porém são também os que estão com o preço mais elevado.
A costela também é uma das preferidas dos churrasqueiros e apesar do preço não ser tão atrativo o corte acaba tendo um bom custo benefício se considerado o sabor.
A melhora genética dos últimos anos também contribuiu para a qualidade do nosso churrasco de maneira que cortes dianteiros do peito ou acém que antes não tinham vaga nas churrasqueiras agora vem ganhando espaço.
Outras boas opções de cortes traseiros são o tatu (parte do colchão duro) e o vazio com sabores específicos e peculiares e que agradam bastante na churrasqueira.
Depois de escolhidas as peças o maior segredo é regular a distância do fogo e estar atento para o momento de virar o espeto. As carnes com osso como a costela e a chuleta devem assar primeiro justamente a parte do osso. Já o ponto da carne vai variar entre os apreciadores.
Mas este é assunto para outro texto assim como outras variedades de carnes e acompanhamentos.