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segunda-feira, novembro 25, 2024

Argentina exige teste de Covid para transportadores internacionais; medida preocupa caminhoneiros do RS

Mudança começa a valer a partir da meia-noite desta quarta-feira (14). Motoristas precisarão apresentar teste RT-PCR negativo para entrar com a carga no país.
Caminhoneiros que fazem o transporte internacional de cargas precisarão apresentar teste RT-PCR negativo para entrar na Argentina a partir de 0h desta quarta-feira (14). O exame precisa ser feito até 72 horas antes da viagem.

Em Uruguaiana, na Fronteira do Rio Grande do Sul com o país vizinho, a medida causa preocupação no setor de transportes. Segundo Gladys Vinci, diretora executiva da Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI), a exigência pode provocar filas de caminhões.
“Se eu pensar que um teste vai ser feito de 24 a 48 horas, os atrasos podem ser de 48 a 72 horas, porque, se eu tenho que estar com o resultado em mãos, evidentemente isso vai implicar que espere o resultado negativo para agendar um motorista”, disse.

As medidas já provocam alguns transtornos, afirmam caminhoneiros. O presidente da Cooperativa Mista de Transportes de Cargas Nacional e Internacional da Fronteira, José Aldo Regazzon, diz ter adiado algumas viagens de motoristas que não tinham realizado o teste.

“Me liberaram dois caminhões ontem. Eu já não quis mandar para a Argentina sem esse teste para evitar que motorista fique trancado nas ‘rutas’ [rodovias], como eles dizem lá. Já mandei fazer os testes ontem [segunda-feira], às oito horas da manhã. Ficam prontos hoje, às cinco horas da tarde”, afirmou.

Frutas, cebolas e peixes são alguns dos produtos trazidos pelos caminhoneiros pela Ponte Internacional de Uruguaiana. Os caminhoneiros da região transportam, inclusive, cargas de oxigênio, entre a Argentina e o Uruguai.

Caminhões na fila de espera do Porto Seco de Uruguaiana Foto: Henrique Dihl/RBS TV

Custos
O custo de operação também pode aumentar, já que precisariam ser feitos cerca de 500 exames por dia, explicou Vinci. Neste momento, os testes de PCR estão sendo absorvidos pelas empresas de transporte, segundo a ABTI.

“Se a gente considerar que um teste custa entre R$ 150 e 200, a 500 testes por dia, imagina o tamanho do prejuízo durante este mês? É incalculável. Já tivemos, no ano passado, por conta da pandemia, um prejuízo estimado para a ABTI de, pelo menos, 30 milhões de dólares em despesas a mais por conta dos tempos parados na fronteira”, relatou a diretora.

O Ministério da Saúde disse que os caminhoneiros fazem parte do grupo prioritário da vacinação e que não tem medido esforços para vacinar este grupo.

A Universidade Federal do Pampa (UniPampa) está fazendo um levantamento de quais recursos precisaria para realizar uma grande quantidade de exames por dia. A resposta deve ser dada até semana que vem.

Por Vanessa Backes e Henrique Dihl, RBS TV

Redação CLICR
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