Para fazer isso, os pesquisadores desenvolveram uma árvore genealógica que atravessa 21 gerações. Cientistas pretendem estudar o DNA da família em busca de relações com certas características do artista
Da Vinci não se casou e nem teve filhos. Mas os pais dele garantiram que o DNA da família fosse passado para frente: seu pai, Ser Piero, um notário florentino, teve outros 17 filhos. Já a mãe, uma jovem camponesa chamada Caterina di Meo Lippi, contribuiu com outros cinco. Em resumo, da Vinci tinha 22 meios-irmãos.
Os historiadores italianos Alessandro Vezzosi e Agnese Sabato passaram boa parte dos últimos anos organizando a árvore genealógica do pintor. A dupla foi capaz de traçar 690 anos de história, passando por 21 gerações da família. E, para a surpresa de muitos, encontraram agora 14 pessoas vivas que possuem parentesco com da Vinci. O estudo foi publicado na revista científica Journal of Human Evolution.
Apesar de alguns dos descendentes ainda carregarem o sobrenome da família, apenas um tinha conhecimento de suas origens. Os novos parentes possuem idades entre 1 e 85 anos, vivem em municípios próximo da comuna de Vinci, na Toscana, e possuem empregos comuns, como de escriturários e artesãos. Um dos descendentes, um homem de 62 anos chamado Geovanni Vinci, também é artista, mas foi modesto e afirmou ao jornal britânico London Evening Standard não ter “nada em comum com Leonardo”.
Para fazer o mapeamento, os pesquisadores utilizaram documentos históricos que remetiam ao pai de da Vinci e seu meio-irmão, Domenico. O objetivo dos historiadores era encontrar parentes do sexo masculino, que possuem o cromossomo Y. Este só é passado pelo pai e permanece praticamente inalterado por 25 gerações. Em 2016, cientistas já haviam identificado 35 parentes vivos de Da Vinci, mas a maior parte deles estava vinculada à linhagem feminina.
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Ter os dados da linhagem masculina é imprescindível para o próximo passo da pesquisa, que inclui membros do Projeto DNA Leonardo da Vinci. Os pesquisadores pretendem reconstruir o genoma do artista, o que ajudaria a confirmar se os restos mortais enterrados em Amboise, na França, realmente pertencem a Leonardo. Os dados biológicos poderão ser utilizados para a verificação da autenticidade de obras e outros materiais manipulados pelo artista. Os cientistas também pretendem explorar as relações entre o genoma da família e algumas características de Da Vinci, como o fato de ser canhoto.
Por Carolina Fioratti