Na última terça-feira (29), foi realizada a 1º Conferência de Saúde Mental do município de Cerro Grande do Sul. O local escolhido para o encontro foi a Câmara de Vereadores da cidade. A conferência teve participação de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), bem como funcionários da Secretaria de Saúde e prestadores de serviços da área. Devido aos prazos previstos para a realização da Conferência Estadual, o evento precisou ser organizado em pouco tempo, com isso a participação da comunidade foi sucinta.
Em relação a programação, foi realizada a abertura oficial, com leitura do regimento da conferência e palestra da especialista em saúde Ione Monteiro de Oliveira, que abordou o tema da Conferência Nacional de Saúde Mental “A Política de Saúde Mental como Direito: Pela defesa do cuidado em liberdade, rumo a avanços e garantia dos serviços da atenção psicossocial no SUS”. O encerramento geral aconteceu sob o comando da psicóloga Cristina Zenker e apresentação musical com Otávio Bürke Schmidt.
Segundo o enfermeiro Jônatas Claro, os resultados do encontro foram satisfatórios, onde “foi de consenso que devemos qualificar mais o serviço de Saúde Mental com olhar no futuro visto que os reflexos que a pandemia deixará serão potencializados”. Ainda, Claro declarou que também é necessário que o trabalho da Rede de Atenção Psicossocial com integração de outros setores, como Assistência Social, Conselho Tutelar, Educação e Cultura, Turismo e Desporto e Segurança Pública, seja fortalecido.
Em relação a relevância das Conferências de Saúde Mental, a psicóloga Jéssica Tejada comentou que considera os eventos extremamente importantes, pois abre espaço para o diálogo e o debate a respeito das necessidades do município em relação a esse tema. “Nós sabemos que no nosso município, por se tratar de uma região de interior, ainda há pouca visibilidade para a importância da saúde mental para a qualidade de vida das pessoas. Trabalhando na saúde pública percebe-se que ainda há uma grande busca pela medicalização como solução unânime para o tratamento da saúde mental. É uma pena que ainda poucos percebam que a saúde mental é determinada por todos os fatores de vida do ser humano, como relações, pensamentos, hábitos de vida”, disse a psicóloga.
A respeito da expectativa para as próximas conferências, a psicóloga Jéssica comentou que espera que nós próximos anos as pessoas estejam mais dispostas a dialogar sobre o assunto, compreendendo que “saúde mental se constrói no dia a dia, na escuta e na fala, na empatia e busca pelo bem comum, no exercício da cidadania e na projeção de um futuro melhor”.
“Que nossa primeira Conferência de Saúde Mental sirva não apenas para construção de políticas públicas realistas, mas na construção de indivíduos mais conscientes de suas próprias necessidades e assim construtores de uma saúde mental coletiva mais saudável”, concluiu Jéssica.