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segunda-feira, novembro 25, 2024

Pecuária Familiar Sustentável: à luz da tradição com extensão rural e tecnologia

A pecuária é uma atividade baseada na produção extensiva e vem se destacando como uma opção econômica para os produtores que têm esta tradição como vocação. Esse saber dos antepassados transmitido ao longo dos anos, trazia consigo uma série de padrões e formas de agir na atividade, os quais, muitas vezes, não colaboravam para o seu crescimento, consolidação e, tão pouco, garantiam a viabilidade necessária a esta modalidade.

Na região Centro-Sul, a atividade se mantém em todos os municípios e neste cenário Butiá se destaca, pois a pecuária se manteve à luz da tradição, mas evoluiu com a inclusão de tecnologia e as ações de assistência técnica e extensão rural e social (ATERS). Atualmente, são 113 famílias de pecuaristas assistidas pela Emater/RS–Ascar.

Através da extensão rural, foram incentivadas adoções de práticas com vistas a melhoria nos sistemas de produção, bem como de avanço nos padrões genéticos dos rebanhos. A participação ativa de algumas mulheres, seja através do artesanato em lã ovina com o grupo “Mãos que Tecem”, ou nas rotinas da atividade, assim como a inserção de alguns poucos jovens que ainda residem no campo e que assumiram a atividade dentro da unidade familiar, vieram dar um novo olhar para esta prática, quebrando alguns padrões antes impostos pela tradição e fazendo com que chegássemos a um maior desenvolvimento, viabilidade e visibilidade. “Essa nova forma de enxergar a atividade permite o vislumbrar de um futuro para a pecuária familiar que adquire, desde então, além do valor afetivo e tradicional, um caráter de coexistência e relação direta com o bioma pampa”, ressalta a Extensionista da Emater / RS- Ascar em Butiá, Denise Lenzzi Marques.

Podemos citar como exemplo bem sucedido deste trabalho, o que vem acontecendo na propriedade de Olavo da Silva Leites, localizada na localidade do Capão Comprido. Neste caso, o uso de pastagens naturais, assim como o manejo dos animais em sistema de piqueteamento trouxeram resultados visíveis, o que despertou um olhar diferenciado deste produtor frente à atividade. Além disso, o ganho de peso dos animais e o melhoramento do rebanho como um todo vieram como resultado do manejo desenvolvido, trazendo retorno financeiro para a família, o que veio a comprovar que esse é o caminho para uma atividade realmente sustentável.

A adoção de novas tecnologias, aliada à vocação natural do produtor, é uma combinação perfeita, que transforma uma realidade, quebra algumas tradições, ressignifica conceitos e, acima de tudo, qualifica a atividade do pecuarista familiar, público especial que compõe o nosso cenário rural.

Os extensionistas da Emater/RS-Ascar do município esperam que os pecuaristas familiares sigam na atividade para a qual têm vocação e percebam que, aliando o conhecimento tradicional às inovações tecnológicas, existem possibilidades para que esta atividade contribua não somente para a entrada de aportes financeiros nas pequenas propriedades, mas com reflexos diretos no desenvolvimento local. “É uma forma dos produtores honrarem os seus antepassados, consolidando cada vez mais essa categoria de público especial, respeitando om meio ambiente e perpetuando uma importante atividade que fez e faz a história do nosso povo do meio rural”, analisa Denise.

Fonte: Emater-RS/Ascar – Carine Massierer

Cicero Omar da Silva
Cicero Omar da Silva
Chefe de Redação e Departamento de Vendas Portal ClicR e jornal Regional Cel/Whats: 51 99668.4901

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