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sábado, novembro 23, 2024

Decrab Camaquã desarticula quadrilha especializada em furtos de tratores

Na manhã de hoje (31), a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrab) de Camaquã, deflagrou a 3ª fase da “Operação Mahindra”. Na ocasião, uma organização criminosa que se especializou no furto de tratores — crimes cometidos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná — foi desarticulada.

As investigações iniciaram em 12 de abril de 2021, quando uma vítima da cidade de Sertão Santana registrou ocorrência, relatando que havia caído em um golpe. Segundo o relato da vítima, ela ofereceu seu trator na OLX (empresa global de comércio eletrônico) e recebeu mensagens via WhatsApp de uma pessoa interessada em comprar o maquinário. Este “suposto” comprador efetuou um depósito na conta da vítima e enviou um guincho para buscar o trator, porém a vítima constatou que o depósito em questão se tratava de um envelope vazio.

A Decrab Camaquã assumiu as investigações e percebeu a forma de atuação da quadrilha. O contato com as vítimas ocorria via WhatsApp, pelo líder da quadrilha, o qual cumpre pena no Presídio Regional de Caxias do Sul.

O golpe era concluído, normalmente, em uma sexta-feira, quando era efetuado o depósito na conta da vítima, por meio de um envelope vazio. O depósito era realizado após o término do horário bancário, o que impedia que a vítima averiguasse se o valor acertado realmente havia sido depositado.

Posteriormente o líder contratava um guincheiro para realizar o transporte, normalmente com destino para Caxias do Sul e Farroupilha, porém antes de chegar ao destino, recebia novas orientações para entregar o trator em outro local. A Decrab constatou que os guincheiros eram contratados aleatoriamente e que não faziam parte da quadrilha. Os mesmos recebiam um pedido de frete via WhatsApp, acertavam o valor e eram pagos em dinheiro quando entregavam o trator. 

Os criminosos sabiam que as vítimas iriam anotar a placa dos caminhões, bem como ficavam com o contato telefônico dos motoristas. Se o guincheiro fosse identificado pela Polícia, não teria como saber quem o contratou. A Decrab constatou que quando o guincheiro era orientado a entregar em outro local, membros da quadrilha já estavam acompanhando este caminhão, bem como após a entrega esse guincheiro era seguido até sair do local, para garantir que não iria desconfiar de algo e chamar a polícia. 

A esposa do líder também tinha forte atuação na organização, pois repassava as ordens aos demais, retransmitindo mensagens de áudio, onde ameaças eram feitas com relação à dívidas.

O braço direito do líder era quem recebia o trator e tinha a função de repassar o maquinário para outro integrante, este encarregado de vender o mais rápido possível, normalmente por valor abaixo de mercado. O integrante que recebia o trator já tinha um receptador encarregado de vender o maquinário. Para não deixar rastros, após a venda do trator, o dinheiro era depositado em várias contas de terceiros, que depois repassavam este dinheiro para a esposa do líder, para seu cunhado e para seu braço direito.

Durante as investigações, a Decrab Camaquã conseguiu rastrear e recuperar dois tratores negociados pela quadrilha, maquinário que estavam no interior do município de Nova Bassano. Um desses tratores pertencia a vítima de Sertão Santana e o outro a uma vítima de Candelária. Todos os integrantes da quadrilha foram identificados. As transações bancárias, bem como a movimentação de 14 tratores entre janeiro e junho de 2021, foram descobertos.

Com a conclusão do Inquérito Policial, foi representado pelas prisões preventivas dos 10 integrantes da quadrilha e por mandados de busca em 13 residências nas cidades de Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Flores da Cunha, Cotiporã, Cidreira e Lajeado. Foi comprovado que o líder do grupo já havia sido indiciado pela prática criminosa por meio de uso de WhatsApp. Por este motivo, a Decrab Camaquã representou pela transferência deste preso do Presídio Regional de Caxias do Sul, na intenção de que não tivesse acesso a internet e que não desse continuidade aos golpes, sendo o pedido acatado pelo Poder Judiciário que determinou que o preso “deve ser segregado em presídio com bloqueadores de sinal”. 

Foram presos o líder da quadrilha, um dos integrantes e o receptador, estando os demais investigados em situação de foragidos. 

O Inquérito Policial foi concluído e remetido ao Poder Judiciário, onde todos os 10 integrantes da organização criminosa foram denunciados. A Decrab agradece ao apoio da 8ª DPRI, 19ª DPRI, 23ª DPRI e 29ª DPRI.

*Com informações de Decrab Camaquã

 

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