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sexta-feira, novembro 22, 2024

Vídeo | Pracinha brasileiro sulcerrograndense é agraciado com medalha

Prestes a completar um século de vida em novembro deste ano e com uma lucidez invejável, o soldado reformado Lyrio Koslowski, guarda vivas na memória as lembranças do que viveu durante a Segunda Guerra Mundial, quando integrou as Forças Expedicionárias Brasileiras (FEB) que foram convocadas para combater a invasão nazista na Europa, no ano de 1944. Na manhã da quinta-feira (30) ele foi agraciado com a Medalha da Vitória, concedida pelo Ministério da Defesa Nacional aos ex-combatentes pelos seus relevantes serviços prestados ao País.

A entrega da comenda foi realizada pelo Tenente Coronel, Alexandre Lobo representando o Ministro de Estado da Defesa, Paulo Sergio Nogueira de Oliveira, numa breve cerimônia em Cerro Grande do Sul, onde o homenageado reside com a família. O ato foi acompanhado por alguns poucos familiares e amigos. O momento foi de muita emoção e satisfação do ex-combatente, evidenciadas nos seus gestos de agradecimento e carinho com os que o cercavam.

“Estou aqui hoje com muito orgulho. Eu nunca esperava essa homenagem que estou ganhando. É uma surpresa que não pensei em ter. É uma honra pra mim isso tudo. Graças a Deus estou vivo”, declarou Lyrio.

Na ocasião a coordenadora municipal da Cultura, Maria do Carmo Trescastro leu aos presentes um histórico das origens, da vida e da trajetória de Lyrio Koslowski produzido a partir de pesquisas abarcadas pela Casa da Cultura. O documento inclui registros da imigração alemã e polonesa no Brasil quando os avós paternos e maternos de Lyrio chegaram ao país a bordo do navio Sttutgart, em 29 de novembro de 1890, após uma viagem de 124 dias de um continente ao outro, segundo o dossiê.

Filho do casal Julio Koslowski e Maria Franz, que se estabeleceram na localidade de Tiririca, interior de Cerro Grande do Sul (na época pertencente a Tapes), Lyrio Koslowski nasceu em Porto Alegre, no dia 09 de novembro de 1922.

Recrutado pelo Exército Brasileiro para integrar a FEB e se juntar aos aliados na guerra, o sulcerrograndense não chegou a atravessar o oceano para lutar contra os alemães, contudo participou efetivamente em missões de vigilância e segurança do litoral brasileiro no Rio de Janeiro, que vivia sob a ameaça de um ataque das forças alemãs.

Com o fim da guerra, em maio de 1945, voltou para o Rio Grande do Sul. Conduzido do Rio de Janeiro até Porto Alegre pelo Exército Brasileiro, ele conseguiu seguir embarcado até Barra do Ribeiro de onde seguiu a pé para casa percorrendo os cerca de 60 quilômetros até a comunidade de Tiririca, onde surpreendeu os familiares com sua chegada sem aviso prévio.

Em 25 de julho de 1954 casou-se com Rosa Osielski e passou a residir na então Vila Fortaleza, atual sede municipal de Cerro Grande do Sul. Da união do casal nasceram os filhos Geraldo, Renato, Arno, Vilson, Marcos, Vonibaldo, Arlete e Lúcia, além da filha adotiva Cleni Podeleski.

Lyrio e Rosa participaram da fundação da Paróquia São José da Fortaleza e também foram os primeiros festeiros da paróquia. Ele também é um dos sócios fundadores do Sport Club Tiririca, na comunidade onde morava, e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cerro Grande do Sul.

No ano de 2017, a convite da secretaria municipal de Educação e Cultura, Lyrio Koslowski foi homenageado com o título de patrono da Semana da Pátria do município.

Assista ao vídeo:

Saiba mais:

  • Segundo o Tenente Coronel Alexandre Lobo, pelos registros do Ministério da Defesa, só existem dois ex-combatente vivos no Rio Grande do Sul. O outro está residindo na cidade de Torres, no litoral norte gaúcho.
  • A infantaria brasileira que foi enviada à Itália contava com 25.334 homens. Este contingente se juntou a uma divisão do exército dos Estados Unidos, o 5º exército americano.
  • Ao final da guerra 454 soldados brasileiros foram mortos em combate.
  • A participação dos combatentes brasileiros foi fundamental para a tomada do Monte Castelo numa batalha que durou três meses e resultou em muitas baixas. A conquista deste ponto estratégico de guerra se deu em fevereiro de 1945 e foi fundamental para o avanço das tropas aliadas.
  • O termo pracinha surgiu da expressão “sentar praça”, que significa se alistar nas Forças Armadas.
Cicero Omar da Silva
Cicero Omar da Silva
Chefe de Redação e Departamento de Vendas Portal ClicR e jornal Regional Cel/Whats: 51 99668.4901

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