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domingo, novembro 17, 2024

Energéticos: Consumo em alta e riscos da mistura com álcool

O consumo de energéticos no Brasil atingiu a marca de 185 milhões de litros por ano, aproximadamente um litro por habitante. Esse aumento de 200% na produção em uma década levanta preocupações, especialmente quando associado à combinação perigosa de energéticos com álcool, alertam médicos.

A Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas não Alcóolicas (ABIR) revela que, em 2021, a produção nacional atingiu esse impressionante volume. Contudo, especialistas destacam que essa crescente demanda está vinculada a práticas arriscadas, como a mistura de energéticos com álcool.

Pesquisas indicam que a cafeína presente nos energéticos pode mascarar os efeitos letárgicos do álcool, incentivando comportamentos de risco, como dirigir embriagado. Essa combinação, que já foi proibida nos Estados Unidos pela Food and Drug Administration (FDA), aumenta os desafios relacionados à segurança e saúde.

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Além disso, há um alerta para o elevado teor de açúcar nas bebidas energéticas, contribuindo para metade da recomendação diária. Algumas marcas também se aproximam do limite recomendado de cafeína por dia.

A eficácia dos energéticos, baseada em açúcar e cafeína, é confirmada por especialistas. No entanto, apesar de oferecerem o estímulo desejado, eles não são a melhor opção, de acordo com o educador físico Bruno Gualano da USP. O alto teor de açúcar e a possibilidade de consumo excessivo podem levar a efeitos indesejados, como irritabilidade e fadiga.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece limites diários de cafeína, alertando sobre os efeitos colaterais do consumo excessivo, como arritmias cardíacas, ansiedade e insônia. O neurologista Marcel Simis destaca que o excesso de cafeína pode resultar em vício, prejudicando o desempenho desejado.

A mistura de energéticos com álcool é uma prática comum, mas perigosa. A cafeína neutraliza os efeitos sedativos do álcool, criando uma falsa sensação de sobriedade. Essa combinação aumenta o risco de comportamentos perigosos, como dirigir embriagado e se envolver em situações de risco.

Nos Estados Unidos, a FDA tomou medidas para suspender a venda de bebidas alcoólicas que contenham a mistura de álcool e cafeína. No Brasil, os alertas dos especialistas destacam a necessidade de conscientização sobre os riscos associados ao consumo excessivo de energéticos, especialmente quando combinados com álcool.

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