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quinta-feira, novembro 28, 2024

Justiça autoriza soltura de casal de influenciadores suspeitos de golpe da rifa virtual

A Justiça do Rio Grande do Sul decidiu, na noite de terça-feira (13), liberar o casal de influenciadores digitais Gladison Pieri e Pamela Pavão, que estão sendo investigados por suposto envolvimento no golpe da rifa virtual em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. De acordo com o Tribunal de Justiça (TJ), a liberação do casal foi aprovada pelo Ministério Público (MP), e as investigações seguem em sigilo.

Gladison Pieri e Pamela Pavão, que enfrentam acusações de exploração de jogos de azar, crimes contra a economia popular, associação criminosa e lavagem de dinheiro, terão que cumprir medidas cautelares durante o andamento do processo. Seus advogados, André Callegari e Marília Fontenele, expressaram confiança nas instituições do estado e destacaram a decisão favorável do MP e do juiz responsável pelo caso.

O casal foi detido em uma operação policial realizada na última terça-feira (6). Na ocasião, foram encontrados com eles uma BMW, que foi apreendida, e armas de fogo, motivo pelo qual Pieri foi preso em flagrante e liberado após pagar uma fiança de R$ 100 mil. Pamela foi liberada após prestar depoimento.

Na sexta-feira (9), a Justiça decretou a prisão preventiva dos suspeitos devido à continuidade das atividades ilegais, mesmo cientes da investigação em curso. No entanto, a decisão judicial de agora libera o casal sob a condição de que cumpram medidas cautelares.

Após a primeira operação, Gladison e Pamela se manifestaram nas redes sociais, alegando que foram à delegacia apenas para esclarecer que, na época, não estavam regularizados e que agora estariam “100% regularizados”. A Polícia Civil rebateu essas alegações, afirmando que as rifas virtuais são ilegais no Brasil, exceto com autorização expressa do Ministério da Fazenda para causas filantrópicas.

As investigações revelaram que o dinheiro arrecadado nas rifas era inicialmente direcionado para as contas pessoais dos influenciadores. Somente em 2023, eles teriam contratado uma empresa de capitalização, embora os títulos devam ser vinculados a entidades beneficentes, conforme a legislação.

A polícia também aponta indícios de manipulação dos números sorteados e identificou possíveis fraudes na quantidade de números vendidos em relação aos sorteados. Há suspeitas de que nem todos os prêmios anunciados foram entregues, e que pessoas próximas ao casal, incluindo familiares, eram favorecidas.

Durante a operação, foram apreendidos ao menos 15 veículos, incluindo marcas de luxo como Porsche, BMW e Corvette, com valores individuais superiores a R$ 1 milhão. A investigação revelou que o casal mantinha um estilo de vida ostentoso, com viagens internacionais e a aquisição de imóveis de alto padrão.

Os suspeitos sorteavam diversos prêmios, como imóveis, motocicletas, e carros, porém, indicam indícios de que os vencedores eram frequentemente pessoas próximas ao casal. Além disso, há evidências de que “laranjas” foram utilizados para simular vencedores em transmissões online.

O valor de uma “cota” para participar das rifas era de apenas R$ 0,10, e o casal, que possui mais de 2 milhões de seguidores nas redes sociais, movimentava milhões de reais em suas contas bancárias. A investigação também aponta para a lavagem de dinheiro, com a mistura dos valores obtidos ilegalmente com o faturamento das empresas dos influenciadores e a ocultação de bens não registrados em seus nomes.

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