A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência global para a mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, após a doença apresentar uma crescente disseminação, especialmente na África. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças da África também emitiu um alerta de saúde pública para o continente. Desde janeiro de 2022 até junho de 2024, foram confirmados 99.176 casos em 116 países, com 208 mortes, de acordo com a Agência Brasil.
A seguir, esclarecemos o que você precisa saber sobre a mpox, incluindo sintomas, formas de transmissão, e medidas de prevenção.
O que é a Mpox?
A mpox é uma zoonose viral causada pelo vírus da mpox, que pertence à família dos Orthopoxvirus, a mesma do vírus da varíola humana, erradicada em 1980. A doença foi identificada pela primeira vez em macacos de laboratório em 1958 e o primeiro caso humano ocorreu em 1970, na República Democrática do Congo. Desde então, a doença tem sido endêmica em algumas regiões da África Central e Ocidental.
O surto fora da África começou em 2003 nos Estados Unidos, associado a contato com roedores importados da África.
Sintomas da Mpox
Os sintomas iniciais da mpox são semelhantes aos de outras infecções virais e incluem:
- Febre
- Dor de cabeça
- Dores musculares e nas costas
- Linfadenopatia (aumento dos gânglios linfáticos)
- Calafrios
- Fadiga
Após 1 a 5 dias da febre, surgem lesões cutâneas, começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo. Essas lesões evoluem por diferentes estágios, começando com pápulas e passando por vesículas, pústulas, úlceras e, eventualmente, cicatrização.
Em casos recentes, foram observadas manifestações atípicas, como edema peniano e dor intensa na região do reto.
Como a Mpox é Transmitida?
A transmissão da mpox ocorre principalmente por contato próximo e direto com lesões de pele de pessoas infectadas ou com secreções respiratórias. Também pode ocorrer pelo contato com objetos contaminados, como toalhas e lençóis usados por pacientes infectados.
O principal reservatório animal do vírus é acreditado ser roedores, e a transmissão entre humanos não ocorre facilmente, exigindo proximidade e contato direto.
Medidas para Reduzir o Risco de Infecção
Para minimizar o risco de infecção e transmissão, adote as seguintes medidas:
- Fique atento aos sintomas e procure atendimento médico se necessário.
- Evite contato próximo com pessoas infectadas e compartilhe objetos pessoais.
- Limite o número de parceiros sexuais.
- Use máscaras e cubra braços e pernas em aglomerações.
- Higienize as mãos frequentemente.
- Não estigmatize a doença; qualquer pessoa pode contrair o vírus.
Diagnóstico da Mpox
O diagnóstico clínico pode ser confundido com outras condições. O diagnóstico definitivo é feito por meio de testes laboratoriais específicos, como o PCR (RT-PCR e qPCR), que detecta o vírus nas lesões de pele. O tempo de resultado pode variar, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS), podendo levar de 72 horas a 7 dias.
Tratamento e Prognóstico
Não há tratamento antiviral específico para a mpox, mas o sistema imunológico geralmente elimina o vírus sem necessidade de intervenção médica. No entanto, é crucial isolar os casos para reduzir a propagação.
O risco de morte pela mpox é relativamente baixo. Existem duas variantes do vírus: uma com taxa de fatalidade de cerca de 10% na África Central e outra com taxa de 1% na África Ocidental. Fora da África, o vírus identificado tem uma taxa de letalidade menor. Complicações graves, como infecções bacterianas secundárias e disseminação para o sistema nervoso central, podem ocorrer, mas são raras.