O Rio Grande do Sul poderá enfrentar sérios desafios no saneamento básico até 2050 devido às mudanças climáticas. Essa é a conclusão do estudo “As Mudanças Climáticas no Setor de Saneamento: Como tempestades, secas e ondas de calor impactam o consumo de água?”, publicado pelo Instituto Trata Brasil (ITB).
Segundo o estudo, o Rio Grande do Sul possui a maior proporção do país de cidades com risco “muito alto” de sofrer prejuízos no abastecimento de água durante tempestades. Foram analisados três principais riscos: tempestades, ondas de calor e secas. A pesquisa destaca que 92% dos municípios gaúchos têm risco “muito alto” de prejuízos durante tempestades, enquanto 8% têm risco “alto”.
Esses riscos incluem danos físicos às estruturas de abastecimento, interrupções no transporte de água, redução da eficiência do tratamento e falhas no fornecimento de energia. Em momentos de chuva forte, 21% dos municípios têm risco “muito alto” de contaminação da água, e 57% têm risco “alto”.
O estudo, que se baseia em conceitos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), projeta os impactos das mudanças climáticas desde o período de 1895 a 1994 até as projeções para 2030 e 2050. A presidente-executiva do Trata Brasil, Luana Pretto, ressalta a urgência de planos de mitigação e adaptação para enfrentar esses desafios.
Apesar das preocupações com tempestades, o estado apresenta melhores projeções em cenários de secas prolongadas e ondas de calor. Em períodos de seca, 95% dos municípios têm risco “baixo” de danos ao abastecimento. Em ondas de calor, 63% das cidades apresentam risco “muito baixo”, 4% “baixo”, 27% “médio” e 6% “alto”.
O estudo aponta que ações imediatas são necessárias para preparar o estado para enfrentar esses eventos climáticos extremos e garantir a segurança do abastecimento de água no futuro.