O Conselho de Administração da Petrobras se reúne na manhã desta quarta-feira (29) para discutir possíveis ajustes nos preços dos combustíveis. A reunião, prevista para começar às 9h30, ocorre em meio a pressões do setor privado por reajustes nos valores praticados pela estatal.
Na última segunda-feira (27), a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, esteve reunida com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) para tratar do tema.
Apesar das discussões, um aumento no preço da gasolina não é visto como necessário no momento, devido à recente queda do dólar, que voltou a operar abaixo de R$ 6. No entanto, um reajuste no valor do diesel está sendo considerado, pois a defasagem desse combustível é maior.
Segundo dados da Refina Brasil, associação que representa as refinarias privadas do país, a Petrobras já teria deixado de arrecadar cerca de R$ 20 bilhões desde maio de 2023 devido à defasagem nos preços dos combustíveis. Foi naquele mês que o governo federal eliminou a política de Preço de Paridade Internacional (PPI), cumprindo uma promessa de campanha de Lula de “abrasileirar” os valores da gasolina e do diesel.
Para Evaristo Pinheiro, presidente da Refina Brasil, o atual represamento dos preços prejudica os acionistas minoritários da Petrobras e gera distorções no setor de refino. Segundo ele, a situação já está afetando refinarias privadas, como Acelen e Brava, que começaram a exportar parte de sua produção por não considerarem mais rentável vender gasolina e diesel no mercado interno.
“A Petrobras vende os combustíveis por um valor que, se praticado pelas refinarias privadas, gera prejuízo”, afirmou Pinheiro.
A decisão sobre um possível reajuste nos combustíveis pode impactar o mercado e os consumidores, tornando a reunião do conselho da estatal um ponto de atenção para o setor energético e para a economia do país.