O município de Mariana Pimentel tem como principal fonte econômica a agricultura. É dela que sobrevivem as centenas de família que residem pelo interior do município. O cultivo da batata-doce é o carro chefe da maioria das famílias, com 1100 hectares seguido logo atrás do arroz 800 hectares e também do tabaco 500 hectares. Estas são as 3 principais atividades desenvolvidas nas propriedades, segundo Moises Segaspini Secretário de Agricultura a batata doce se deve por um conjunto de fatores históricos atrelados a cultura local. O arroz é devido a aptidão das áreas para a produção do grão e o tabaco pelo retorno financeiro atrativo e venda garantida, mesmo em pequenas áreas.
A dificuldade em muitas vezes encontrar o preço que o agricultor acha justo para vender a sua produção é uma dificuldade sem solução, vivida safra após safra e com isso muitos agricultores acabam parando uma atividade para ingressar em outra.
Em muitas propriedades espalhadas por toda extensão territorial da cidade muitos agricultores tem feito a alguns anos a diversificação ou rotação de culturas dentro da propriedade. Esta prática tem o intuito de aumentar a diversidade de espécies usadas no sistema de produção.
Para Fernanda Corrêa Extensionista Rural da Emater esta diversificação é muito importante pois apresenta-se como uma alternativa para as famílias rurais gerando recursos que equilibram a renda do pequeno agricultor, uma vez que a monocultura proporciona retornos flutuantes devido suas safras, ou seja, se o produtor possuir apenas uma cultura anual como principal fonte de renda, fica mais suscetível ao risco financeiro devido a fatores externos como clima, pragas, doenças e está sujeito às condições de mercado.
“Ao possuir outras atividades, como fruticultura, horticultura e criação de animais, seja para a comercialização ou para o consumo de sua família, terá melhor renda mensal e subsistência. A diversificação da produtividade rural pode representar, a redução do risco para o produtor, pela dependência de uma única cultura e uma forma de sobrevivência” explicou Fernanda.
Orientação aos agricultores
Algumas famílias tem apostado no cultivo do alho como forma de diversificar a propriedade e a Emater juntamente com a Secretaria de Agricultura tem dado total apoio a estes agricultores, de acordo com Fernanda, desde que os produtores levaram as demandas, foi iniciado o processo de acompanhamento técnico, orientando dede o preparo do solo, adubação, aquisição de sementes de qualidade, plantio e no momento que que a cultura encontra-se em desenvolvimento continuarão as orientações para os tratos culturais.
Expectativa de uma renda extra
Cultivar novas culturas tem seus desafios e também a expectativa positiva de ter uma renda extra, é com este propósito que André Pazutti Hubner residente na Linha Vasques (interior) está iniciando com esta plantação.
Agricultor desde seus 15 anos quando ainda ajudava seu pai, hoje já soma 13 anos na “lida” da agricultura, nesta safra decidiu experimentar cultivar o alho, será uma quantidade pequena, aproximadamente 110 quilos da planta pois na propriedade o carro chefe ainda é o tabaco com 7 ha (hectare), seguidos da batata doce com 2ha, milho 2ha e aipim 1ha.
André já plantou e no momento está na fase de adubação, mas não esconde a ansiedade de saber como será o desenvolvimento da planta “Estou ansioso para saber a produção que vai dar”, e completou afirmando esperar um bom rendimento “Já pesquisei e vejo que tem um bom retorno financeiro”.
Pelo fato de estar iniciando nesta cultura, o agricultor destacou a importância da Emater “A Emater tem nos ajudado muito nesta diversificação de culturas, tem abrido e nos mostrado novos caminhos além do fumo e da batata doce e isso é muito bom. Também tem nos ajudado em cursos, dias de campo, técnicas de plantio e conservação do solo” finalizou.
Cultura ganhando mais espaço na propriedade
Antoninho Vargas Cavalheiro de 42 anos morador da localidade Vitorino Monteiro está indo para a sua segunda safra cultivando alho, a introdução desta cultura dentro da propriedade veio através da ideia de seu filho Andreizon Gluck de 21 anos que trabalha junto com seu pai.
“Eu dei esta ideia a meu pai do plantio do alho para ter uma nova opção a mais na renda da nossa família, e isto está me influenciando a permanecer no campo, pois os jovens como eu, precisam de mais incentivo para permanecer no meio rural. Acredito que a diversificação de culturas podem trazer mais opções e oportunidades para os jovens agricultores, assim como o crescimento do município” pontuou.
Antoninho até 2010 trabalhava de empregado e neste mesmo ano (2010) optou por mudar-se para o lugar onde reside hoje e desde então tornou-se agricultor. Na propriedade da família a principal renda vem através da batata doce, são 8 hectares, mas também a família cultiva algumas lavouras de milho e aipim que da mesma forma fazem parte da renda.
A inserção do alho ocorreu em 2020, pois a família viu com bons olhos poder ter uma nova fonte de renda. Esta ideia foi colocada em pratica na medida em que diversificar a propriedade com mais uma cultura seria bom pois a batata doce não está mais trazendo um bom rendimento devido ao baixo preço ofertado e também o alto custo para produzir, fatores que foram observados pela família Cavalheiro.
“Observamos também que a batata doce e o milho tiveram perdas de produtividade com as estiagens que tem acontecido repentinamente, principalmente no verão, época que a cultura está em pleno desenvolvimento. Já o alho é uma planta que se desenvolve na época de inverno, onde o clima geralmente é mais ameno. Também é uma cultura que oferece um alto rendimento em pouca área de terra, o que se torna uma vantagem” destacou.
Na primeira experiência a família optou por plantar 70 kg de alho, para saber se conseguiriam se adaptar com a nova cultura, o resultado da primeira safra foi bom e nesta atual safra a família já plantou 500 kg de alho, que correspondem a uma área de 0.8 hectare de terra.
Como a área plantada aumentou bastante a nova cultura vai exigir mais atenção e com isso optaram por diminuir a área plantada da batata doce.
Para alcançar um resultado ainda melhor, a terra foi preparada e adubada com produtos e fertilizantes de acordo com os apontamentos da análise se solo, que é muito importante para saber as carências da terra.
Questionados sobre o alho a família disse que está gostando “É uma boa cultura! Demanda um pouco mais de trabalho no plantio, mas as outras etapas são de fácil continuidade e manuseio, além de que o alho nos traz boas expectativas de produção e rentabilidade, nos parece uma ótima opção de cultura” observou.
Importância da Emater
Antoninho destaca que os extensionistas da Emater tem sempre auxiliado “Em análise de solo, recomendando os produtos e fertilizantes para o plantio; nos auxiliando na compra de alho livre de vírus, visando uma alta produtividade, que foi a semente plantada; estão acompanhando o desenvolvimento da planta e nos auxiliando” frisou antes de finalizar “A Emater esteve sempre nos trazendo muito conhecimento e dicas. Sempre pensando em melhorar a qualidade e manuseio de solo e das culturas, consequentemente proporcionando a alta produtividade das plantações”.