Perto de encerrar seu quarto mandato como prefeito de Arambaré, Alaor Pastoriza Ribeiro, do MDB, tem a condição de concorrer mais uma vez ao cargo e se destaca como o principal nome dentro de seu partido. Apesar disto o administrador garante que gostaria de ver o quadro político renovado, contudo quando questionado se aceitaria repetir o desafio das urnas não pensou duas vezes em dizer que sim.
Confira a entrevista:
Regional: O senhor já é pré-candidato a reeleição?
Alaor: Tenho colocado pro partido que não sou candidato. Não vou impor candidatura, embora tenha o direito à reeleição. Defendo que temos que colocar outro nome pra ir renovando. Eu faço política desde os 12 anos de idade, tendo iniciado em Viamão, minha terra, depois concorri em Tapes, vim pra Arambaré e não parei e não vou parar de fazer política. Estou muito jovem pra parar.
Gosto muito da política o que não quer dizer que tenha que ser sempre ocupando cargo. Então há um espaço bem democrático e aberto pra discussão dentro do partido.
Regional: Mas existem outros nomes para substituí-lo com condições de concorrer?
Alaor: Eu sempre defendi a alternância e têm nomes sim. O meu irmão, por exemplo, é vereador desde que emancipou Arambaré. O MDB é rico em nomes e tem propostas e trabalho apresentado em Arambaré. Dos meus quatro mandatos como prefeito, três são pelo MDB, depois que fui enxotado do PDT. Hoje temos lideranças e pessoas com condições de concorrer a prefeito, inclusive no PSDB que é um partido importantíssimo na nossa administração e que reúne pessoas com muita capacidade.
Regional: Dá pra afirmar que o MDB terá candidato?
Alaor: O MDB não abre mão de ter candidatura. Está tudo muito indefinido numa série de coisas, mas nesta questão não.
Nós estamos vendo em Arambaré hoje o que já foi maior partido político se oferecendo ao cargo de vice numa coligação majoritária. Pelo menos é o que circula na comunidade e isso é uma coisa bastante chocante até.
Regional: Se fosse preciso estaria disposto a concorrer à reeleição?
Alaor: Eu quero continuar fazendo política. Por tudo que está passando a classe política, todo este desgaste que está sofrendo, nós não podemos desistir e achar que esse é o fim do mundo. Temos que buscar nas comunidade pessoas de bem que acham que política deve ser feita com seriedade. Todos os partidos tem essas pessoas e nosso também tem, mas se for da vontade do partido que seja eu novamente candidato vamos encarar, concorrer e buscar mais um mandato. Eu sempre digo: quando a gente lança uma campanha a última palavra é a do eleitor.
Regional: E a pré-candidatura de vice-prefeito já está definida?
Alaor: Pra vice ou coligação a questão também segue aberta. Temos uma parceria com o PSDB que deu certo e vamos manter, mas não há uma definição ainda de pré-candidatura. Essa é uma discussão que se leva para as convenções. Ela estratégica e vamos aguardar os desdobramentos pra defini-la.
Regional: Nestes quatro mandatos como administrador qual é o legado que fica em Arambaré?
Alaor: Quando assumimos o primeiro mandato tivemos que fazer uma atualização na planta de valores do IPTU e também fomos ajustando outros tributos, pois havia uma defasagem muito grande em função de sermos distrito de Camaquã quando estas questões foram deixadas de lado. Este foi um ajuste econômico importante e que atualmente nos coloca entre os cinco municípios do estado com menos de 5 mil habitantes que tem arrecadação própria acima dos 10%, por isso não corremos o risco de extinção conforme proposta do Governo Federal que segue tramitando, e que aliás eu não concordo.
Este ajuste também nos permitiu estabilidade para pagamento dos servidores sempre em dia, pagamento de fornecedores e recuperação do crédito, além do aparelhamento da máquina pública. Vamos passar uma situação tranquila pra próxima gestão.
Contudo ainda temos outra questão que é tão ou ainda mais importante, pois é uma semente plantada que começa a frutificar.
Trata-se do plano de saneamento básico do município. Nos meus mais de 20 anos de política em Arambaré, tendo sido o primeiro prefeito, trabalhamos muito intensamente e graças a Deus temos aprovado e licenciado o projeto da cidade e do distrito de Santa Rita, inclusive já com liberação de recursos.
É um projeto piloto e são mais de R$ 10 milhões em investimentos que buscamos em outro governo nosso e agora retomamos os trabalhos. Conseguimos as liberações necessárias e está em andamento e isso é fundamental, porque além da questão de saúde pública se não preservarmos a nossa praia poderemos perder o fluxo de pessoas em função da poluição das águas.
Por este trabalho que foi exaustivo, temos esse grande prêmio. Estamos já licitando a parte da Santa Rita com sistema de fossas, filtros e sumidouros, sem custo pra famílias de baixa renda que é a grande maioria daquela comunidade.
Regional: O que mais dá pra fazer por Arambaré?
Alaor: Estamos fazendo uma revitalização no parque de rodeios. São 17 hectares que é uma conquista de nossa primeira gestão. Tivemos grandes eventos aqui na cidade nos últimos tempos, a exemplo do encontro de motociclistas que lotou Arambaré. Nossa ideia é esta de atrair atividades para que o comércio tenha movimento ao longo do ano, mesmo fora da temporada de verão. Temos conseguido isso e pretendemos ampliar a partir das parcerias já firmadas.
Regional: O que mais o senhor gostaria de destacar do quadro político?
Alaor: Na verdade gostaria de acrescentar que os grandes projetos em Arambaré aconteceram em nossos governos, incluindo o loteamento popular, a implantação do transporte para estudantes, o posto de saúde em Santa Rita. Nós teríamos uma edição inteira do jornal pra enumerar o que já fizemos por Arambaré e não é por vaidade, mas isso me orgulha muito.
Temos hoje o projeto cultural Fábrica de Gaiteiros que ultrapassa as fronteiras do país. Mantivemos e ampliamos os esportes, sobretudo no verão com inúmeras atividades.
Quero destacar também que acreditamos muito no servidor público de Arambaré. Tanto que a grande maioria do nosso quadro de chefia é composta por concursados, na sua maioria mulheres, atuando neste contexto. Claro que se pudéssemos estaríamos com melhores salários, mas isto não é fácil.
O servidor sempre foi muito criticado e avaliados pelos piores, mas a grande maioria nossa são excelentes servidores, independente dos cargos que ocupam.
