A alopecia, também conhecida como calvície, é uma condição bastante comum entre os homens e está diretamente relacionada aos hormônios sexuais masculinos, principalmente a testosterona. Entre as mulheres, que também produzem esse hormônio, só que em menor quantidade, os casos são bem menos frequentes e, quando ocorrem, na maioria das vezes, a perda de cabelos é menos drástica. Por isso, episódios mais agressivos entre o público feminino são raros.
Além do fator hormonal, outras possíveis causas para o distúrbio são fatores genéticos e imunológicos. Em alguns casos, a alopecia pode estar associada a enfermidades como tireoidites, diabetes, lúpus, vitiligo, rinites e a outras condições alérgicas.
Outras possíveis causas relacionadas à perda de cabelos podem ser infecções provocadas por fungos ou bactérias; traumas na região capilar; hábitos compulsivos de arrancar os próprios fios de uma determinada área; excesso de oleosidade, que provoca a dermatite seborreica; aplicação exagerada de produtos químicos; má alimentação e carência de vitaminas; medicamentos ou estresse.
Após cirurgias, partos e durante o tratamento de quimioterapia, a perda de cabelo pode ser mais intensa, porém, passageira. Nesses casos, cessada a causa, o cabelo volta a crescer.
Independentemente da causa, se é transitória ou definitiva, seja em homens ou mulheres; casos leves, moderados ou graves, o Sistema Único de Saúde (SUS) conta com estrutura e profissionais especializados para atender, de forma integral e gratuita, a alopecia – inflamação que provoca calvície, queda ou rarefação (quando os fios ficam menos numerosos) dos cabelos ou pelos do corpo.
O tratamento pode ser iniciado na atenção primária, por meio de uma das Unidades Básicas de Saúde, mas o paciente pode ser encaminhado para a atenção especializada, com atendimento por parte de um dermatologista, se houver necessidade.
Ciclo de vida dos fios de cabelo
O ciclo de vida de cada fio de cabelo é marcado por três fases: crescimento, repouso e queda. Cerca de 90% dos cabelos estão na fase de crescimento. Depois de um curto período de repouso, quando para de crescer, o fio cai e, no seu lugar, um novo fio entra na fase de crescimento.
Por isso, uma pessoa pode perder de 50 a 100 fios de cabelo todos os dias, sem risco de desenvolver calvície, devido a esse processo de renovação contínua. A duração média de um fio de cabelo, do nascimento até a queda, é de um ano e meio a dois anos.
Tipos mais comuns
– Androgenética: é uma forma de queda de cabelos geneticamente determinada. Homens e mulheres podem ser acometidos pelo problema, que apesar de se iniciar na adolescência, só é aparente por volta dos 40 ou 50 anos. A doença se desenvolve desde a adolescência, quando o estímulo hormonal aparece e faz com que, em cada ciclo do cabelo, os fios venham progressivamente mais finos.
O sintoma mais frequente é o afinamento dos fios. Os cabelos ficam ralos e, progressivamente, o couro cabeludo mais aberto. Nas mulheres, a região central é mais acometida, podendo haver associação com irregularidade menstrual, acne, obesidade e aumento de pelos no corpo. Em geral, são sintomas discretos. Nos homens, as áreas mais abertas são a coroa e a região frontal (entradas).
– Alopecia areata: é uma condição caracterizada por perda de cabelo ou de pelos em áreas arredondadas ou ovais do couro cabeludo, ou em outras partes do corpo (cílios, sobrancelhas e barba, por exemplo). Acomete de 1% a 2% da população, afeta ambos os sexos, todas as etnias e pode surgir em qualquer idade, embora em 60% dos casos seus portadores tenham menos de 20 anos.
Tratamento
Com exceção à queda de cabelos de causa hereditária, nos outros casos, ela pode ser evitada ou retardada, se forem afastados os fatores de risco e introduzidos alguns medicamentos. Porém, há casos em que só o implante de cabelos pode representar uma solução estética para a calvície.
Para a alopecia areata, o tratamento não é obrigatório, uma vez que a condição é benigna e tende a regredir espontaneamente, mas costuma ser indicado porque a alopecia pode causar distúrbios psicológicos importantes. Adultos com menos de 50% de envolvimento do couro cabeludo podem ter boa resposta ao tratamento por meio da aplicação de injeções locais ou cremes.
É importante reforçar que o tratamento para qualquer tipo de calvície deve ser indicado e acompanhado pelo médico dermatologista.
Recomendações
Produtos que prometem soluções milagrosas e medicamentos sem indicação médica não devem ser usados por risco de efeitos adversos sérios. O dermatologista deve ser procurado em caso de algumas dessas condições:
– Cabelos caindo mais depressa e em maior quantidade nos últimos meses ou que caem em tufos;
– Couro cabeludo vermelho, com muita coceira ou ardência;
– Oleosidade muito acima do normal;
– Sinais de caspa aparente nas roupas e nos fios.
Fonte: Ministério da Saúde