A mão de obra prisional da Penitenciária Estadual de Arroio dos Ratos está voltada para ações que auxiliem no combate à Covid-19. Desde a semana passada, 11 apenados estão trabalhando na confecção de máscaras de proteção. A produção chega a 800 unidades por dia, e o projeto prevê a confecção inicial de 30 mil equipamentos que serão destinados a servidores penitenciários, hospitais, profissionais de saúde e agentes de outras instituições de segurança da Região Carbonífera.
A estrutura contempla uma linha de produção em que os apenados se dividem para a realização de molde, corte, costura, montagem e embalagem. As máscaras são confeccionadas conforme o padrão estabelecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A motivação para o desenvolvimento desse projeto se deu a partir da alta demanda por esse equipamento de proteção tanto pelos servidores penitenciários quanto pelos profissionais da saúde, combinada à pouca oferta do produto. A iniciativa partiu da direção da casa prisional e conta com a participação do Setor Técnico e da Atividade de Segurança e Disciplina, além da cooperação dos servidores do estabelecimento.
A formação de uma rede de colaboradores também foi fundamental para a viabilização desse trabalho prisional. O Conselho da Comunidade de Arroio dos Ratos forneceu a capacitação dos apenados, e três voluntárias seguem fazendo o acompanhamento do trabalho. As seis máquinas de costura que já estão em funcionamento foram doadas por meio da Capelania Prisional da Igreja Assembleia de Deus – Ministério da Restauração. O projeto também contou com a participação do Judiciário, pois a Vara de Execuções Criminais da Comarca de Butiá destinou R$ 7.679 para a compra de TNT, elástico, linhas e embalagens. Além disso, os Departamentos Administrativos da Seapen e da Susepe disponibilizaram o tecido filtrante.
“A partir da integração dos diversos órgãos que compõem a execução penal conseguimos demonstrar nosso compromisso institucional com o tratamento penal. O trabalho de confecção de máscaras promove o trabalho e a inclusão social dos apenados, além de contribuir com a sociedade neste momento de enfrentamento à pandemia”, ressalta o diretor da Penitenciária de Arroio dos Ratos, José Giovani Rodrigues de Souza.
Após o treinamento, os internos receberam camiseta e crachás padronizados com a denominação do projeto “Máscaras respiratórias”, como forma de se sentirem parte do processo. A previsão é de que, nos próximos dias, a produção possa chegar a mil máscaras por dia, a partir do treinamento de mais quatro apenados e da chegada de mais duas máquinas de costura.
Além da Penitenciária de Arroio dos Ratos, outras 22 casas prisionais do Estado estão produzindo máscaras de proteção desde o início da pandemia. As oficinas de confecção do equipamento estão sendo abertas gradativamente, e a estimativa é de que 100 mil máscaras sejam produzidas por apenados gaúchos.