Transtorno do Espectro Autista (TEA), ou autismo, é um transtorno que ocorre quando a criança apresenta sinais de desenvolvimento não esperados para sua idade. Trata-se de um espectro, pois apresenta diferentes graus de funcionalidade: há casos leves, moderados e graves.
A coordenadora de saúde da criança do Ministério da Saúde, Janini Ginani, explica que, a partir dos primeiros meses de idade, já é possível identificar traços compatíveis com TEA em crianças com algum atraso no desenvolvimento. Entre eles, a baixa interação visual da criança, especialmente com a mãe.
“À medida que a criança vai crescendo, outros sinais podem ser identificados, como o hiperfoco: a criança que brinca diversas vezes com o mesmo brinquedo e apresenta pouca interação e curiosidade sobre as pessoas e sobre o ambiente ao redor”, afirma Janini. A partir dos dois anos de idade, é possível ter um diagnóstico do TEA.
Caderneta da Criança
Em março de 2022, começou a ser distribuída, pelo Governo Federal, a terceira edição da Caderneta da Criança. Esta nova versão traz uma novidade: um formulário especial, chamado Mchat, que ajuda na indicação de um possível risco da criança para o TEA. Trata-se de um conjunto de perguntas trabalhadas pelo profissional de saúde da atenção primária com a família. O Mchat não é uma ferramenta diagnóstica, mas possibilita que a criança receba os estímulos apropriados e se desenvolva plenamente.
Idade x diagnóstico
Identificar o TEA em crianças representa uma vantagem significativa, pois permite trabalhar com a chamada neuroplasticidade. Até os quatro anos, o cérebro está em desenvolvimento. Se for feita a estimulação precoce, é possível desenvolver as aptidões da criança, para que no futuro ela não tenha comprometimento mais grave do seu desenvolvimento e habilidades motoras, cognitivas e verbais.
O diagnóstico na idade adulta também pode ser realizado. Perde-se a “janela de oportunidade” da neuroplasticidade, mas isso não quer dizer que o adulto não tenha opções terapêuticas, em especial nos campos em que apresenta mais dificuldade.
*Com informações de Ministério da Saúde