Reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, de forma virtual, nesta segunda-feira (01/07), debateu os números da produção de tabaco na safra 2023/2024 e as perdas do setor pelas enchentes de maio no período de calamidade climática no Rio Grande do Sul.
O secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Clair Kuhn, deu as boas-vindas aos produtores e destacou a importância da cadeia produtiva do tabaco para o estado do Rio Grande do Sul. Ele falou da necessidade de que os produtores estejam alertas aos eventos climáticos, porque existe uma previsão de poucas chuvas e um período curto de estiagem ali na frente. “Lembro do Programa de Irrigação Supera Estiagem lançado pelo governo, que incluiu os fumicultores gaúchos como possíveis beneficiários”, disse ele.
O diretor da Associação de Fumicultores do Brasil (Afubra) e coordenador da Câmara Setorial, Romeu Schneider, apresentou uma avaliação dos resultados da safra 2023/2024 no Rio Grande do Sul. Os números ainda estão sendo finalizados, mas o que se tem até o momento é um aumento da área plantada de 7, 07%, totalizando 125.996 hectares, e de número de famílias, passando de 64.761 para 68.582, aumento de 5,90%.
Apesar da área ter aumentado, a produção tem estimativa de queda de 14,38%, totalizando 219.992 toneladas contra 256.947 toneladas na safra 2022/2023. E a produtividade deve ficar em 1.746 kg/há, uma redução de 20,05% em relação à safra anterior.
Segundo Romeu Schneider, esta redução é em consequência do excesso de chuvas no período. Mas ele destaca o aumento no preço pago ao produtor. Os valores chegaram a subir quase 40% do início para o final do período de comercialização, e o faturamento, a nível de produtor, teve um aumento de 13,64% chegando a 5,2 bilhões de reais. Segundo Schneider, “normalmente quando a remuneração ao produtor é muito expressiva em uma safra, tem aumento de área, o que pode causar excesso de oferta”.
Atualmente, dos 1191 municípios dos três estados do Sul, 509 produziram tabaco na safra 2023/2024. Destes, 201 municípios estão no Rio Grande do Sul.
Indenizações por granizo
Os valores em indenizações por conta do granizo na região sul do país chegaram nesta safra a 36.576 atendimentos, num total de R$ 216 milhões, aumento de 20,46% em relação à safra anterior, quando os valores pagos chegaram a R$ 179 milhões. Segundo o diretor da Afubra, “é importante lembrar que a grande maioria dos produtores faz a inscrição no seguro para ter a garantia de ter parte da receita de volta em casos de perdas por granizo”.