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quarta-feira, janeiro 29, 2025

Catástrofes naturais devastaram 2024: Rio Grande do Sul entre as maiores tragédias climáticas do ano

O ano de 2024 ficará marcado como um dos mais trágicos em termos climáticos, com desastres naturais causando a morte de 11 mil pessoas e prejuízos financeiros estimados em US$ 320 bilhões (aproximadamente R$ 2 trilhões). Entre as catástrofes mais impactantes, as inundações no Rio Grande do Sul ganharam destaque nas Américas, evidenciando os efeitos devastadores das mudanças climáticas.

De acordo com o relatório da Munich Re, um dos maiores grupos resseguradores do mundo, chuvas intensas no final de abril e início de maio afetaram quase todo o estado do Rio Grande do Sul, provocando enchentes severas que deixaram mais de 100 mortos e destruíram inúmeras comunidades. Os prejuízos financeiros no estado chegaram a US$ 7 bilhões (cerca de R$ 42 bilhões), dos quais apenas R$ 12 bilhões estavam segurados.

Mudanças climáticas intensificam tragédias
2024 superou 2023 como o ano mais quente já registrado, com temperaturas médias 1,5°C acima da era pré-industrial. Esse aquecimento global não apenas exacerbou a frequência de desastres naturais, mas também intensificou sua gravidade. “Quanto maior a temperatura, mais vapor de água e energia são liberados na atmosfera, aumentando a intensidade dos extremos climáticos”, afirmou Tobias Grimm, cientista climático-chefe da Munich Re.

O relatório ainda destaca que eventos climáticos como as cheias no Brasil se tornaram duas vezes mais prováveis devido às mudanças climáticas. O impacto no Rio Grande do Sul é um exemplo claro da vulnerabilidade crescente das regiões a eventos extremos, que afetam diretamente a infraestrutura, a agricultura e a vida das pessoas.

Impactos globais: os furacões Helene e Milton nos EUA
Fora do Brasil, os maiores desastres do ano ocorreram nos Estados Unidos. Os furacões Helene e Milton devastaram a costa leste, causando danos estimados em dezenas de bilhões de dólares. Helene, que atingiu a Flórida em setembro com ventos de 225 km/h, foi responsável por mais de 200 mortes e inundações massivas em estados vizinhos, reforçando o caráter destrutivo das mudanças climáticas globais.

Uma lição urgente para o futuro
As tragédias de 2024 evidenciam que o impacto das mudanças climáticas não é mais uma ameaça distante, mas uma realidade presente. Com eventos extremos cada vez mais frequentes e intensos, especialistas alertam para a necessidade de políticas públicas que priorizem a mitigação dos riscos climáticos e o fortalecimento da resiliência das comunidades vulneráveis.

O Rio Grande do Sul, assim como outras regiões afetadas, carrega as marcas de um ano que reforçou a urgência de ações globais contra a crise climática, enquanto milhares ainda lutam para reconstruir suas vidas diante de tamanha destruição.

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