Devido as condições climáticas o evento em comemoração ao aniversário do município foi adiado para 09 de junho
História e origem de Cerro Grande do Sul
Neste domingo dia 12 de maio, o município de Cerro Grande do Sul esteve de aniversário, completando 36 anos de emancipação política, nós do Portal ClicR buscamos trazer nesta matéria um pouco da história do município de Cerro Grande do Sul, origem e o momento da emancipação e algumas fotos de antigamente.
Por volta de 1910, originou-se este novo Município, com a denominação de Colônia De Rio Grande, mudado posteriormente para Fortaleza. Essa mudança foi provocada por frequentes confusões com a atual cidade de Rio Grande, já existente. O nome Fortaleza está relacionado com um cerro existente nas proximidades da área urbana que tem, uma fachada de pedra vertical dando a impressão de uma fortaleza. Como também já existia outra localidade com este nome, foi mudado para Cerro Grande, em referência a um cerro existente no 3º distrito, divisa com Camaquã, cujo o pico se situa a 550 metros acima do nível do mar, sendo o ponto culminante do Município e também da zona sul do estado.
Sua origem étnica é bastante heterogenia, com colonizadores italianos, alemães, uma grande maioria de portugueses, poloneses, negros, espanhóis, franceses, austríacos, suecos, russos dentre outras nacionalidades.
Tem-se como pioneiro do núcleo de moradores da atual sede de Cerro Grande do Sul, o senhor Arthur Emilio Jenisch, que por aqui se instalou por volta de 1910, quando a travessia do Arroio Velhaco, tanto em Cerro Grande do Sul como na localidade de Brasino era feita por intermédio de balsas. Vieram outras famílias que muito contribuíram para o desenvolvimento local, como Zenker, Wolfle, Schmaedeck, Curtinaz, Danelon entre outras. O Coronel Arthur Emilio Jenisch foi quem posteriormente projetou o perímetro urbano. O Vice Intendente em exercício de Dores de Camaquã (posteriormente Vila Vasconcelos), Srº Narciso Fernandes Barbosa, mediante o Ato nº 4 de 13 de maio de 1924, promulgou o Decreto pelo qual foi criado o 3º Distrito de Tapes, e em 1938 foi a sede elevada à Categoria de Vila. No mesmo ano foi criado um cartório Distrital, sendo o 1º Escrivão o Srº Afonso Curtinaz Filho. O Coronel Arthur foi nomeado Juiz Distrital. Em 31 de dezembro de 1957 foi a criada a Paróquia de São José da Fortaleza, assumindo como 1º Pároco, o Pe. Bráulio Aloysio Webes em 9 de março de 1958.
Em 1979 José Curtinaz Pacheco Filho, Vice Prefeito na época, liderou um movimento junto aos comerciantes e empresários locais, buscando apoio moral e financeiro para iniciar os trabalhos de levantamento, visando e emancipação do 3º Distrito, parte do 2º e ainda parte do município de Camaquã e São Jerônimo, o que não logrou êxito. Em 1981 essas ideias voltaram à tona. Tomou novo impulso a partir da visita que o senhor Rui Born, da diretoria da SURBAM fizera aos empresários Volmir e Volmar Danelon nesse ano.
Juntamente com os mesmos, percorreu a Vila e garantiu que seriam bem sucedidos. Foi levado a contato com outras pessoas que aderiram à ideia. Ao falarem com o Dr. Luiz Roberto Wander, este já lhes apresentou uma série de números e dados que havia coletado, com isto tomando a iniciativa de convocar uma assembleia para eleger a comissão emancipacionista de Cerro Grande, em outubro do mesmo ano.
ATA DA ELEIÇÃO DA COMISSÃO EMANCIPACIONISTA
Aos 11 dias do mês de outubro de 1981, nesta via de Cerro Grande, distrito de Tapes, RS, no recinto do Clube Esportivo, Recreativo e Cultural Cruzeiro do Sul, (localizado na época na Rua Drº Henrique Vila Nova quase em frente ao antigo hospital) um grupo de pessoas, conforme convocação verbal e geral a todos interessados, reuniu-se para tratar de assunto do mais alto interesse comunitário. Abrindo a sessão, o Drº Luiz Roberto Wander, médico residente nesta Vila, fez uma breve explanação sobre as finalidades da reunião, apresentando os motivos da mesma e dizendo que se trata da emancipação deste Distrito de Cerro Grande. Apresentou as amplas e reais possibilidades de poder cumprir os requisitos legais quanto a população e área bem como a viabilidade econômica da área a ser emancipada. A seguir foi suspensa a reunião pelo espaço de trinta minutos, para a composição de chapas que comporão a comissão representativa e executiva do movimento pró emancipação. Decorrido o espaço, foi reaberta a sessão, passando-se de imediato à apresentação das Chapas aos presentes e à presidência da mesma. No ato foi apresentada chapa única, integrada pelas seguintes pessoas:
Presidente: José Curtinaz Pacheco Filho;
1º Vice-Presidente: Edarte Danelon;
2º Vice-Presidente: Hélio Zenker;
1º Secretário: Admar Amazonas Coutinho de Oliveira;
2º Secretário: Pedro dos Santos Fonseca;
1º Tesoureiro: Ary Costa Tejada
2º Tesoureiro: Volmir Fernando Schaidhauer Danelon;
Diretores: Guiomar Gorziza e Ronaldo Henrique Bischoff.
Em virtude da apresentação da Chapa única, considerou-se desnecessária a formação de uma mesa escrutinadora, optando-se pela forma de aclamação, sendo a Diretoria acima proposta aclamada por unanimidade.
No entanto, esta primeira tentativa não obteve êxito. Em 1986 a Comissão é reorganizada para tentar a emancipação em 1988. Fora procurado o atual Prefeito de Tapes na época, Sr. José Wilson da Silva, o qual deu todo seu apoio, atenção e prioridade. Em novembro de 1986, a comissão vai a Camaquã falar com o Prefeito Marco Aurélio Pereira, mostrando-lhe o mapa, o qual falou que a causa era justa. Exigiu somente que fosse deixado de fora o Colégio do Bonito para Camaquã. Em 10/12/1986, foi sancionada e publicada no Diário Oficial a Lei que autorizava o plebiscito. Em janeiro de 1987, foi pedida uma audiência com o Prefeito de São Jerônimo, Sr. Benito Garcia, que, acompanhado de advogado, técnico do IBGE, imprensa, vereadores e funcionários, mostrando a cópia do processo, comunicou a decisão de não ceder área do território de São Jerônimo. Veio a segunda modificação do mapa (a primeira fora para excluir o Colégio do Bonito).
Dos 850 km² iniciais, ficaram 600 km².
Em decorrência do falecimento do 1º Presidente da comissão, assumiu o 1º Vice Presidente, Sr. Edarte Danelon, que começou a fazer os contatos necessários. Marcando plebiscito para 20/09/1987, às 9:00 horas do dia 19 fica-se sabendo que às 22 horas do dia 18 fora expedida uma liminar decorrente do mandado de segurança, impetrado por um morador de Camaquã, suspendendo com isto a consulta plebiscitária. Veio a 3ª modificação do mapa, que deixava fora a parte de Camaquã e parte do 2º distrito de Tapes. Feito os devidos acordos, insurgiu-se outro morador, exigindo que o povoado de Potreiro Grande ficasse fora, inclusive o cemitério. Veio a 4ª modificação do mapa. Ao levá-lo para ser autenticado no IBGE, este não aceitou, por ter partes de suas divisas por linhas secas e retas. Veio a 5ª modificação do mapa da área que começou com 850 km² e acabou com 357 km². A conquista plebiscitária foi realizada em 10 de abril de 1988, com a presença de 80% dos eleitores, de um total de 3.918 eleitores inscritos.
Finalmente a Lei nº 8.619 de 12 de maio de 1988, criou o Município de Cerro Grande do Sul.
ATA DE PROCLAMAÇÃO DO RESULTADO DO PLEBISCITO
Aos 10 dias do mês de abril de 1988, nesta cidade de Distrito de Cerro Grande, às 20 horas, no Cartório Eleitoral da 84ª Zona, reuniu-se a junta apuradora presidida pela Juiz Eleitoral Drª Maria da Graça Carvalho Mottin, presentes os seus membros, Paulo Sérgio de Paiva Schein e Claudio Roberto Lima Barbosa, bem como a Srª Sonia Mara Frantz, Promotor Público, em sessão especial, nos artigos 41, da Resolução Normativa nº 01 de 21 de abril de 1987, do TER.
Aberta a sessão pelo Juiz Presidente, foi dito que passava a proclamar para conhecimento público o resultado da Consulta Popular plebiscitária realizada no distrito de Cerro Grande, pertencente a esta 84ª Zona Eleitoral de Tapes, tendo apurada a seguinte votação:
Total de eleitores inscritos ………………….. 3.918
Total de votos SIM ………………………………….. 2792
Total de votos NÃO ………………………………… 281
Total de votos em BRANCO ………………… 24
Total de votos NULOS …………………………. 28
Total de eleitores que votaram ………….. 3.125
Símbolos oficiais são: o Brasão, a Bandeira, a Flor Estrelícia e o Hino.
Em 2019 cria-se a letra do hino que retrata o município.
A letra do hino foi escrita por Osmar Raphaelli, e cantado publicamente pela primeira vez por Otavio B. Schimidt na V edição da Feira Municipal do Livro.
Confira o hino na integralidade:
Cerro Grande do Sul altaneiro
Tu és o primeiro no meu coração
Povo forte, de honra e sem luxo
Celeiro gaúcho, com trabalho e união
Cerro Grande, Cerro Grande
Com tradição varonil
Tu és forte, tu és belo
Cerro Grande do Sul do Brasil
Altos montes e lindas cascatas
Verdejam as matas
Encostas sem par
Rochas raras de um vale sagrado
Num leito dourado, do Velhaco a passar
Cerro Grande, Cerro Grande
Terra boa e povo gentil
Nossa vida, nosso orgulho
Cerro Grande do Sul do Brasil
Solos férteis e várias etnias
Reconhecida solidariedade
Diferenças não ferem as crenças
E se perpetuam na diversidade
Cerro Grande, Cerro Grande
Solo de encantos mil
Fortaleza, nossa terra
Cerro Grande do Sul do Brasil
São José é seu Padroeiro
Fiel escudeiro do trabalhador
Estrelícia a flor que encanta
E desperta a esperança na fé e no amor
Cerro Grande, Cerro Grande
Solo de encantos mil
Fortaleza, nossa terra
Cerro Grande do Sul do Brasil
Na página do Rock in Cerro, foi publicado em janeiro de 2023 um RiCast (posdcast) com três membros da Comissão emancipacionista flando um pouco desse processo. CLIQUE PARA VISUALIZAR
Fotos: Redes Sociais / Casa da Cultura