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sexta-feira, novembro 22, 2024

Cesta básica comprometeu mais da metade da renda de quem ganha salário mínimo no país em janeiro

Resultados divulgados nesta segunda-feira (11) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram que quem recebeu um salário mínimo em janeiro teve, em média, mais da metade da renda comprometida pela cesta básica.

A cesta, formada por um conjunto de alimentos necessários para as refeições de um adulto, consumiu mais da metade da remuneração desses trabalhadores em 11 das 17 capitais pesquisadas no último mês. O salário mínimo brasileiro é de R$1.100.

Segundo o Dieese, a maior participação da cesta no salário mínimo foi registrada em São Paulo (SP), com 64,29%. Em Florianópolis (SC), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Vitória (ES) e Brasília (DF) o custo também ficou acima dos 60% da renda.

As capitais que registraram participação abaixo da metade do salário mínimo foram Belém (PA), Salvador (BA), Recife (PE), João Pessoa (PB), Natal (RN) e Aracaju (SE). A capital de Sergipe teve a menor porcentagem, de 44,31% da renda.

Preços em alta

A cesta básica teve alta em 13 das 17 capitais pesquisadas no último mês. Segundo o Dieese, os maiores aumentos foram registrados em Florianópolis (SC), com 5,82%, Belo Horizonte (MG), com 4,17%, e Vitória (ES), com 4,05%.

Apesar de não estar entre as maiores variações, São Paulo registrou o maior valor do item, com R$ 654,29, uma variação mensal de 3,59%. Em Florianópolis, campeã na alta, o valor foi de R$ 651,37.

O Dieese destacou que o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta em janeiro foi de 111 horas e 46 minutos.

Principais variações

Açúcar: com aumento em 15 cidades, o valor cresceu até 12,58% pela redução na oferta por causa da entressafra e da pressão das usinas para manter a cotação;

Banana: também com valor maior em 15 capitais de até 20%, as bananas prata e nanica também passam pela entressafra. Com isso, a oferta é reduzida, e o preço sobe;

Batata: o tubérculo registrou grandes variações, com alta de até 18,6% e queda de até 10,71%. O fim da colheita de inverno elevou os preços. Em Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais, mesmo com a intensificação da safra, a colheira foi dificultada pelas chuvas, afetando também os preços;

Carne bovina: o alimento teve altas de até 6%, mas também registrou quedas de até 3% pelo país. Para o Dieese, o aumento reflete a demanda externa elevada e uma baixa disponibilidade de animais para abate no campo;

Feijão: os aumentos de até 9% podem ser explicados por problemas climáticos que acabaram reduzindo a disponibilidade do feijão. Além disso, pela redução na oferta, grãos importados foram colocados no mercado.

Por G1

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