Às 23h45 da segunda (18), foram aplicadas as primeiras cinco doses da vacina contra a Covid-19 no RS
O enfrentamento à pandemia de Covid-19 no Rio Grande do Sul ganhou nomes, sobrenomes e esperança. Depois de 10 meses de luta contra um vírus até então desconhecido, às 23h45 desta segunda-feira (18/1), o Rio Grande do Sul não teve o primeiro, mas os cinco primeiros vacinados.
Pertencentes aos grupos de risco prioritários do Plano Nacional de Imunizações, Eloina Gonçalves Born, de 99 anos, moradora do Residencial Geriátrico Donna Care; Jorge Amilton Hoher, 68 anos, médico-chefe do serviço de Medicina Intensiva da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre; Carla Ribeiro, 32 anos, da etnia kaingang e residente da Aldeia Fag Nhin, na Lomba do Pinheiro; Joelma Kazimirski, 48 anos, auxiliar de higienização do Grupo Hospitalar Conceição; e Aline Marques da Silva, 40 anos, técnica de Enfermagem CTI Covid do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), se tornaram símbolos do início da imunização no RS.
“Talvez uma noite nunca foi tão clara, iluminada pela ciência, que rompe com a escuridão daqueles que negam a importância da pesquisa e da ciência no nosso país. São aproximadamente 23h40min, e nós estamos aqui, com toda disposição e animação como se fossem as primeiras horas do dia pela expectativa deste momento”, declarou o governador Eduardo Leite, que foi a São Paulo nesta manhã para o ato simbólico de recebimento das primeiras doses pelos Estados, mas, devido a dificuldades logísticas do Ministério da Saúde, acabaram sendo enviadas ao RS somente no fim da noite.
De um total de quase 6 milhões de doses da CoronaVac, vacina do Instituto Butantan produzida em parceria com o laboratório chinês Sinovac, o RS recebeu 341,8 mil unidades. Dessas, 170,8 mil – aproximadamente a metade do recebido – serão encaminhadas para o interior, a partir de Porto Alegre, na manhã desta terça (19/1) por via terrestre e aérea, com o apoio da frota de aviões da Secretaria da Segurança Pública (SSP).
A quantidade remanescente das vacinas ficará armazenada pelo Estado para o posterior envio e aplicação da segunda dose desse público, cuja previsão para aplicação é entre duas e quatro semanas após a primeira aplicação.
“A gente começa essa imunização hoje, mas é o início ainda desse processo. Precisamos que todos continuem colaborando no cumprimento dos protocolos do Distanciamento Controlado”, destacou Leite, fazendo, ainda, um agradecimento especial a todos os profissionais da saúde que estão na linha de frente do combate à Covid-19.
Público-alvo
Ainda nesta terça-feira (19/1) serão definidas as quantidades por município, após o trabalho nas coordenadorias regionais de saúde (CRS) de separar as caixas para cada cidade, seguindo os critérios populacionais dos grupos prioritários. Após, as prefeituras dos 497 municípios devem retirar na respectiva CRS o quantitativo proporcional à população a ser vacinada.
Inicialmente, o público a ser vacinado são os profissionais de saúde da linha de frente em hospitais, Atenção Básica e rede de urgência e emergência; pessoas acima de 60 anos que vivem em Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPI) – asilos – e população indígenas aldeadas.
Pelo perfil do público-alvo, nesta primeira fase a aplicação das doses vai ocorrer diretamente nos hospitais para os profissionais da saúde que atuam nestes locais. Nos postos de saúde, somente os trabalhadores daquela própria unidade serão vacinados. Moradores idosos e trabalhadores de instituições de longa permanência (asilos) serão vacinados no próprio residencial. Indígenas recebem na própria comunidade. Essa mesma estratégia é usada nas campanhas de gripe anuais.
Nas próximas fases, a população poderá se vacinar nos postos de saúde próximos de onde moram nas datas respectivas.
Entre o público destinado para o início da campanha, 138 mil doses são destinadas aos trabalhadores da saúde. Isso representa 34% estimado para esse grupo no Estado. Por isso, a orientação é que sejam vacinados aqueles que lidam de forma mais direta com pessoas com a Covid-19, em hospitais, Samu e na Atenção Básica.
De acordo com o recebimento de doses, os demais integrantes da área da saúde serão gradativamente incluídos. No total, o público de trabalhadores do setor da saúde estimado é de 400 mil pessoas no RS.
Outras 9,8 mil doses estão previstas para as pessoas com 60 anos ou mais institucionalizadas, deficientes institucionalizados e trabalhadores de Instituições de Longa Permanência de Idosos. Para a comunidade indígena que vive em aldeias, são mais 14 mil doses destinadas.
Local de destino e número doses a serem enviadas nesta terça (19):
Porto Alegre: 51.600
1ª CRS (sede Porto Alegre – 65 municípios): 26.000
2ª CRS (sede Frederico Westphalen – 26 municípios): 4.360
3ª CRS (sede Pelotas – 22 municípios): 12.400
4ª CRS (sede Santa Maria – 32 municípios): 8.400
5ª CRS (sede Caxias do Sul – 49 municípios): 14.000
6ª CRS (sede Passo Fundo – 62 municípios): 10.200
7ª CRS (sede Bagé – 6 municípios): 1.760
8ª CRS (sede Cachoeira do Sul – 12 municípios): 2.720
9ª CRS (sede Cruz Alta – 13 municípios): 1.920
10ª CRS (sede Alegrete – 11 municípios): 4.000
11ª CRS (sede Erechim – 33 municípios): 5.360
12ª CRS (sede Santo Ângelo – 24 municípios): 3.560
13ª CRS (sede Santa Cruz do Sul – 13 municípios): 4.400
14ª CRS (sede Santa Rosa – 22 municípios): 2.360
15ª CRS (sede Palmeira das Missões – 26 municípios): 6.040
16ª CRS (sede Lajeado – 37 municípios): 4.240
17ª CRS (sede Ijuí – 20 municípios): 3.200
18ª CRS (sede Osório – 23 municípios): 4.280
Texto: Vanessa Kannenberg / Governo do Estado RS
Edição: Marcelo Flach/Secom