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sexta-feira, maio 17, 2024

Corpo de Bombeiros Voluntários de Tapes completa 17 anos

Com um grande histórico de relevantes serviços prestados ao seu município sede e região, o Corpo de Bombeiros Voluntários (CBV) de Tapes está completando 17 anos de fundação nesta segunda-feira, 07 de março.

A iniciativa de criação da corporação voluntária surgiu da união de um grupo de moradores da cidade, a partir da ocorrência de diversos sinistros em residências e comércios locais. Na época, em 2005, era preciso acionar o Corpo de Bombeiros de Camaquã ou de Guaíba em casos de emergências e amargar um longo tempo de espera em função do deslocamento destas equipes, o que muitas vezes impossibilitava que o imóvel fosse salvo.

O incêndio de grandes proporções em um supermercado na cidade foi determinante para que o grupo se mobilizasse em busca dos meios para a formação da corporação no município.

Foi na cidade de Nova Prata, no CBV mais antigo do RS, fundado em junho de 1977, que os tapenses buscaram suporte técnico, tanto na área de treinamentos táticos quanto na parte documental para que o projeto fosse implementado de vez.

Dos fundadores não restam mais nenhum membro integrando a equipe que atualmente é formada por 11 voluntários, sendo quatro no setor administrativo e organizacional e sete socorristas capacitados por meio de cursos, e treinamentos e que atuam na linha de frente no combate aos sinistros.

Os treinamentos incluem o combate a incêndios estrutural, veicular e florestal, atendimento de primeiros socorros, desencarceramento de vítimas de acidentes veiculares (presas às ferragens), resgates de vítimas em locais de difícil acesso, entre outras atuações que auxiliam o trabalho das equipes médicas, sobretudo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

De acordo com o comandante do CBV de Tapes, Alessandro Vasque, a corporação realiza em média 35 atendimentos por mês atualmente, nas mais diversas situações de emergências. Vasque entrou para o grupo de voluntários no segundo ano de fundação e já está há 11 comandando as equipes. Ele garante que tem orgulho de desempenhar sua tarefa, embora nem sempre seja fácil.

“Já carrego no sangue essa função. Não é fácil atuar como voluntário e consequentemente manter um voluntariado, pois isso requer tempo e dedicação. A gente tem conseguido manter nossa corporação com bastante persistência e amor pelo que faz. Recebemos o apoio da comunidade e temos um convênio com o município que ajuda a nos manter estruturados. Por tudo isso temos muito a comemorar nestes 17 anos e pedir que venham muitos outros de atuação junto à nossa comunidade”, avaliou Alessandro.

Questionado sobre alguma situação que tenha lhe marcado durante este tempo que atua como bombeiro voluntário o comandante não apontou uma ocorrência específica, mas falou de um modo geral dos golpes duros que o ofício aplica.

“Não é fácil ver famílias perdendo tudo o que conquistou durante anos. As vezes somos chamados e quando chegamos pra combater o incêndio não tem mais como salvar a residência e o máximo que dá pra fazer é controlar o fogo pra não se propagar para outras casas. Então muitas vezes é a nossa equipe que vê estas famílias chorando porque perdeu casa, móveis, documentos, suas memórias afetivas e só lhes restarem as roupas que estão vestindo”, comenta o bombeiro.

Alessandro listou ainda uma outra situação difícil que envolve resgates aquáticos, quando existe a esperança de encontrar a vítima com vida, mas isso acaba não ocorrendo.

“Ter que entregar um corpo pra família e ver o desespero de uma mãe e de um pai com certeza nos marca bastante. Precisamos estar preparados para lidar com diferentes situações que envolvem o emocional das pessoas, pois é nestes momentos que elas estão mais fragilizadas[…] Estamos constantemente trabalhando com situações adversas. Quando chegam a chamar os bombeiros sabemos que é porque a situação está bem complicada”, conclui.

 

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Cicero Omar da Silva
Cicero Omar da Silva
Chefe de Redação e Departamento de Vendas Portal ClicR e jornal Regional Cel/Whats: 51 99668.4901

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