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quinta-feira, janeiro 30, 2025

Cuidados com o sol nas lavouras: Um alerta para o povo gaúcho

O Rio Grande do Sul, conhecido por sua forte tradição agrícola e pelo trabalho dedicado dos gaúchos nas lavouras, enfrenta um desafio silencioso, porém perigoso: os altos índices de câncer de pele entre trabalhadores rurais. Com longas jornadas sob o sol, muitas vezes sem a proteção adequada, homens e mulheres do campo estão expostos a riscos que podem ser evitados com medidas simples, como o uso regular de filtro solar.

Os Números que Preocupam

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele é o tipo mais frequente no Brasil, correspondendo a cerca de 30% de todos os casos de câncer registrados no país. No Rio Grande do Sul, a situação é ainda mais alarmante. O estado possui uma das maiores taxas de incidência de câncer de pele não melanoma, especialmente entre a população rural. Estudos apontam que os trabalhadores rurais têm até 2,5 vezes mais chances de desenvolver a doença devido à exposição prolongada e repetida aos raios ultravioleta (UV).

Entre os homens gaúchos, o câncer de pele é o segundo tipo mais comum, enquanto, entre as mulheres, ocupa o terceiro lugar. A falta de conscientização e o hábito de não usar proteção solar são fatores que contribuem para esses números.

Por que o Filtro Solar é Essencial?

A radiação UV, presente mesmo em dias nublados, é a principal responsável pelos danos à pele. Ela penetra profundamente, causando desde queimaduras e envelhecimento precoce até mutações celulares que podem levar ao câncer. O filtro solar age como uma barreira, refletindo ou absorvendo esses raios antes que eles atinjam a pele.

Para os trabalhadores rurais, que passam horas sob o sol, o uso de filtro solar com FPS (Fator de Proteção Solar) de no mínimo 30 é indispensável. Além disso, é importante reaplicar o produto a cada duas horas, especialmente após transpirar ou entrar em contato com água.

Outras Medidas de Proteção

Além do filtro solar, outras práticas podem reduzir os riscos:

  • Uso de roupas adequadas: Camisas de mangas compridas, chapéus de aba larga e calças compridas ajudam a proteger a pele.
  • Óculos escuros: Protegem os olhos contra a radiação UV, que pode causar catarata e outras doenças oculares.
  • Evitar o sol nos horários de pico: Entre 10h e 16h, a radiação UV é mais intensa. Sempre que possível, é recomendado planejar as atividades para evitar a exposição nesse período.

Conscientização e Ação

A luta contra o câncer de pele começa com a conscientização. Campanhas de saúde pública e iniciativas locais podem ajudar a disseminar informações sobre os riscos e a importância da prevenção. Para o povo gaúcho, que tanto contribui para a economia do estado com seu trabalho nas lavouras, cuidar da saúde é também uma forma de preservar sua força e tradição.

Proteger-se do sol não é apenas uma questão de saúde individual, mas um ato de cuidado com a vida e com o futuro. Afinal, como diz o ditado gaúcho: “Melhor prevenir do que remediar”.

Fontes: Instituto Nacional do Câncer (INCA), Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), e estudos regionais sobre saúde rural.

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