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quarta-feira, janeiro 29, 2025

De Graxaim a Quero-quero: A Fauna Gaúcha que Marca o Rio Grande do Sul

Os animais do Rio Grande do Sul são parte integrante da identidade cultural e histórica do estado. Diversas espécies, além de comporem o ecossistema, carregam simbolismos e apelidos populares que revelam a relação afetiva da população com a fauna local. Conheça alguns desses animais e suas curiosidades.

Quero-quero (Vanellus chilensis)

O quero-quero é um dos animais mais emblemáticos do Rio Grande do Sul, inclusive considerado símbolo do estado. Conhecido por seu grito característico que parece pronunciar “quero-quero”, essa ave pertence à família dos maçaricos. Além de sua beleza, é conhecida por sua postura territorialista e protetora, defendendo seus ninhos com veemência, mesmo contra animais muito maiores. Em campos e pastagens, seu grito também serve como um alerta para possíveis perigos, o que a torna querida pelos gaúchos.

Graxaim-do-campo (Lycalopex gymnocercus)

O graxaim-do-campo é uma espécie de pequeno canídeo que habita principalmente as áreas de campos e pampas do estado. Conhecido simplesmente como “graxaim”, esse animal é similar a uma raposa e é muito adaptado ao ambiente rural. Apesar de ser um caçador habilidoso de pequenos roedores, o graxaim também sofre com a expansão agrícola, o que tem diminuído seu habitat natural. Na cultura popular, ele simboliza astúcia e resistência.

Mão-pelada (Procyon cancrivorus)

O “mão-pelada”, popularmente chamado assim devido às patas desprovidas de pelos, é o nome local dado ao guaxinim. Esse pequeno mamífero é famoso por sua habilidade de manipular alimentos e objetos, comportamento que reforça seu apelido. Habita áreas próximas a rios e lagos, alimentando-se de peixes, frutos e outros pequenos animais. Frequentemente associado às lendas rurais, o mão-pelada é lembrado por sua esperteza.

Tatu-mulita (Dasypus hybridus)

O tatu-mulita é uma espécie de tatu de pequeno porte encontrado nos pampas gaúchos. Conhecido também apenas como “mulita”, é um animal solitário que passa grande parte do tempo escavando buracos no solo, onde encontra alimento e refúgio. Apesar de sua aparência robusta, é uma espécie vulnerável devido à perda de habitat e à caça predatória.

Jacu (Penelope obscura)

O jacu é uma ave de grande porte encontrada nas matas e capões do Rio Grande do Sul. Conhecido por seu canto peculiar e por sua alimentação composta de frutos e sementes, o jacu desempenha um papel importante na dispersão de espécies vegetais. Embora seja apreciado por sua carne, é uma espécie protegida devido à pressão da caça ilegal.

Bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans)

Popularmente chamado apenas de bugio, essa espécie de macaco é conhecida pelo som marcante de seus gritos, que podem ser ouvidos a grandes distâncias. Habitante das matas do estado, o bugio-ruivo é crucial para o ecossistema, atuando como dispersor de sementes. Infelizmente, sofre ameaças devido à destruição de florestas e à febre amarela, que já dizimou populações inteiras.

Veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus)

O veado-campeiro é um cervídeo típico dos campos do Rio Grande do Sul. É conhecido por sua elegância e pela pelagem castanho-clara, que ajuda na camuflagem. Antigamente abundante, atualmente é uma espécie ameaçada devido à caça e à conversão de campos em terras cultiváveis.

Esses animais representam a rica biodiversidade do estado e reforçam a importância de preservarmos a fauna local, não apenas por sua relevância ecológica, mas também por seu valor histórico e cultural. A convivência harmoniosa com essas espécies é essencial para a manutenção da identidade gaúcha e do equilíbrio ambiental.

 

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