Em vésperas de iniciar oficialmente as comemorações da Semana Farroupilha, em Tapes, a realização do tradicional Desfile Farroupilha ainda está sendo discutido entre os tradicionalistas locais.
Existem 14 piquetes ativos no município que há anos cruzam a avenida Assis Brasil à cavalo, além das carretas, carroças, tratores e caminhões enfeitados, no dia 20 de setembro, contudo a pandemia interrompeu essa comemoração no ano passado.
Neste ano, em uma reunião ocorrida há cerca de um mês em Tapes, entre os patrões dos piquetes e a patronagem do CTG Província de São Pedro foi tomada a decisão unânime de que a cidade passaria mais um ano sem promover o desfile, por conta dos protocolos de segurança sanitária e das determinações do decreto municipal naquela ocasião.
Ocorre que desde a referida reunião as restrições sanitárias foram sendo flexibilizadas, inclusive em municípios vizinhos os desfiles foram sendo confirmados, o que atiçou a gauchada tapense que integra os piquetes.
Neste sentido os vereadores Marcus Vigolo e Cleber Laquiman, que são bastante ligados ao tradicionalismo, em parceria com a Associação Tradicionalista Tapense (ATT) promoveram um movimento em favor de que haja o desfile. O grupo esteve conversando com o prefeito para ajustar as medidas, com base em ofício enviado em 25 de agosto pelo Governo do Estado ao Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG com a deliberação de que os desfiles podem ser realizados, desde que exclusivamente por cavalarianos, sem a presença de outros veículos ou a pé.
Sobre as determinações e protocolos no município o prefeito Luiz Carlos Garcez explicou que foi uma medida tomada em conjunto entre os prefeitos que integram a Associação dos Municípios da Região Centro-Sul (Acensul), em uma reunião na última semana de agosto, para emissão de um modelo único de decreto neste sentido.
O que ocorreu, segundo o prefeito, é que num primeiro momento foi enviado a Tapes por engano, pela assessoria jurídica da Acensul, um modelo de decreto com restrições mais severas e que impedia muitas atividades, mas que o erro foi percebido e um novo decreto, mais flexível, foi emitido no município.
O vereador Marcus Vigolo estima que pelas circunstâncias serão poucos os cavalarianos que vão se mobilizar para cruzar a avenida este ano, mas entende que valeu o esforço para que estes possam comemorar a data da maneira que gostam, no lombo dos cavalos.
“Cada piquete precisa fazer seu plano de contingência e solicitar a aprovação da vigilância em saúde do município e desfilar tranquilo. Então já tem um pessoal se mobilizando, mas ainda está fraca a adesão. De qualquer modo vamos celebrar o 20 de setembro com muito orgulho mais uma vez e torcer que no próximo ano as coisas voltem a normalidade para que possamos lotar a avenida novamente”, considerou Marcus.
Para o presidente da ATT, Rodrigo Mendes Braga, o Biguá, o desfile é um evento importante por sua representatividade na história e para o fortalecimento da cultura gaúcha no município.
“Acredito que vai ser um desfile bem pequeno esse ano, mas da ATT quem estiver com os cavalos com os exames em dia vai pra avenida. Até porque queremos divulgar a associação nesse nosso início de trabalho na entidade”, colocou o presidente.