13.7 C
Cerro Grande do Sul
terça-feira, novembro 12, 2024

Dom Feliciano faz tratativas para entrar na rota da “Fábrica de Gaiteiros”

A Fábrica de Gaiteiros é um projeto voltado à sociedade que forma alunos de acordeão diatônico, instrumento conhecido popularmente na região sul do Brasil. Um projeto que ajuda a manter viva a cultura do Rio Grande do Sul. Voltado à educação musical de crianças e jovens de sete a quinze anos.

Na tarde desta quarta-feira (07), o Diretor de Cultura Érico Rakowski e o Secretário Adjunto de Educação Renan Ferreira estiveram visitando a sede no município de Barra do Ribeiro para incluir Dom Feliciano na rota desse belo projeto. Na ocasião foram recebidos pelos diretores Newton de Grande e Renato Borghetti.

Projeto estimula crianças a tocarem gaita e se conectarem com a música

Entenda o Projeto Fábrica de Gaiteiros

 

1 – Projeto Fábrica de Gaiteiros (a Gaita Social)

Os chineses 2.700 a.c. desenvolveram um instrumento onde o ar fazia vibrar palhetas produzindo um som, aproveitando a acústica da boca. Foi chamado TCHENG ou CHENG que viria ser a origem do acordeão.

Em 1822 o austríaco Cyrillus Demian constrói o 1º acordeão como conhecemos hoje. Era um acordeão diatônico.

No Brasil, chega ao Rio Grande do Sul pelas mãos dos imigrantes alemães por volta de 1836 e pela chegada da imigração Italiana a partir de 1875, primeiro trazendo instrumentos importados e logo em seguida começando a fabricá-los.

O acordeão parece simplesmente 2 caixas retangulares com um fole no meio. O que não se vê são as centenas de componentes que fazem com que as palhetas vibrem saindo os mais diversos sons. Melodias e acordes regionais, modernos, universais…

A madeira correta para a caixa de ressonância e castilhos, o papelão para o fole, o aço para as dezenas de palhetas determinam a boa qualidade do instrumento.

No Rio Grande do Sul ele se chama GAITA e é um instrumento emblemático, principalmente no tradicionalismo. Não existe festa de CTG sem a gaita.

A gaita matou a viola.

O fósforo matou o isqueiro.

A bombacha o chiripá.

E a moda o uso campeiro.

 

Esta quadrinha anônima recolhida pelo folclorista Paixão Cortes resume a entrada da gaita no cenário cultural do Rio Grande do Sul. Segundo ele, posterior à metade do século XIX a então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul passou da música fandanguista para a música acordeonista ou do ciclo da viola para o ciclo da gaita, ou seja, A GAITA FOI UM DIVISOR DE ÁGUAS NA HISTÓRIA DA MÚSICA GAÚCHA. Mas o que poucos sabem é que o Estado já sediou mais de 20 fábricas e foi referência mundial na fabricação de acordeões ou gaitas.

Estas fábricas foram responsáveis pela história do acordeão no Brasil e, como vemos, quase todas estão desativadas ou passaram a fabricar outros produtos.

Unir esta tradição proporcionando inclusão social, aumentando a auto-estima e espírito de coletividade, ao mesmo tempo estimulando a sensibilidade e conhecimento da cultura local é a finalidade do projeto, com uma gaita social, que estimula crianças e jovens a se interessarem pelo instrumento, oferecendo aos mesmos as devidas condições para o aprendizado e para futura aquisição do instrumento, criando uma verdadeira FÁBRICA DE GAITEIROS.

A intenção da FÁBRICA DE GAITEIROS é a fabricação de um acordeão 8 baixos não só para iniciação, mas que possa também se transformar em um instrumento definitivo, pela qualidade que se pretende imprimir. Outro aspecto importante do projeto está ligado ao conceito socioambiental do instrumento, confeccionado com madeira certificada de eucalipto, proveniente de plantios renováveis.

 

2 – Como surgiu

O acordeonista gaúcho Renato Borghetti, em suas viagens e shows pelo interior do Brasil e Rio Grande do Sul, recebe milhares de correspondências e pedidos verbais de fãs e admiradores. Entre tantas demandas, passou a carregar consigo algumas que considerou especiais: aquelas que solicitavam doação de gaitas ou auxílio para aquisição do instrumento, demasiadamente caro para os padrões brasileiros. “Essas cartas e e-mails me fizeram perceber o quanto era restrito o acesso da gaita-ponto aos interessados de baixa renda, evidenciando, assim, a carência de um projeto que permitisse o estímulo e a inclusão de jovens talentos na perpetuação da autêntica cultura gaúcha, através da gaita de oito baixos,” comenta Renato.

Fonte: Prefeitura de Dom Feliciano

 

Redação CLICR
Redação CLICR
Serviços gerais

RELACIONADAS