A safra de milho no Rio Grande do Sul deve ter uma produção de 6 milhões de toneladas frente as 4,39 toneladas colhidas no ano passado. Na Região Centro-Sul os principais municípios produtores deste grão são Dom Feliciano, Chuvisca, Camaquã, Cerro Grande do Sul, Cristal, São Jerônimo, Barão do Triunfo, Sertão Santana e Sentinela do Sul.
Em chuvisca são 3 mil hectares de milho plantados e mais de 80% dos agricultores do município fazem o cultivo de milho. A expectativa é que sejam colhidas cerca de 15,4 mil toneladas nesta safra. No entanto, muito vai depender do clima e da incidência de pragas e doenças. A cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) é uma das pragas que afeta os cultivos de milho.
Transmissão dos patógenos pela cigarrinha:
A cigarrinha se alimenta da seiva de uma planta e, em virtude das temperaturas elevadas (acima de 17°C a noite e de 27°C de dia) que ocorrem nesta época do ano, as condições são favoráveis para o aparecimento da praga. Por isto, os produtores devem fazer o acompanhamento das lavouras por meio do monitoramento de pragas e doenças. A incidência das cigarrinhas também é favorecida se houver no campo lavouras de milho de diferentes idades, plantas de milho oriundas de grãos remanescentes da colheita anterior e o nível de suscetibilidade das cultivares de milho plantadas.
Os extensionistas da Emater/RS-Ascar orientam a realização do planejamento dos plantios, evitando a implantação de lavouras novas próximas de lavouras mais velhas, para quebrar o ciclo biológico da cigarrinha, antes da semeadura da cultura, que não sejam feitas semeaduras em áreas próximas a lavouras com enfezamentos e evitados plantios sucessivos de milho e plantios tardios porque as cigarrinhas tendem a migrar para estas áreas. Além disto, deve se realizar a colheita de forma a minimizar os restos de grãos no campo.
Como fazer o controle das cigarrinhas:
– Eliminar o milho guacho da safra anterior (milho que se estabeleceu ou germinou fora de época de cultivo);
– Evitar semeaduras vizinhas as lavouras com alta incidência das doenças;
– Tratar as sementes com inseticidas;
– Diversificar e rotacionar cultivares de milho;
– Sincronizar ao máximo a época de semeadura;
– Planejar a Planejar a aplicação de inseticidas de acordo com a incidência da praga, entre outras.
– Outra medida a ser discutida é a adoção do pousio, que em conjunto com a destruição das plantas de milho voluntário (tiguera) vai contribuir para a diminuição da sobrevivência destes insetos no período de entressafra.
É importante salientar que estas medidas de controle devem ser adotadas por todos os produtores de milho da região quando for alta sua incidência e as cigarrinhas estejam causando prejuízos expressivos.
Os extensionistas lembram também que existe o controle biológico para a cigarrinha do milho através de parasitoides de ovo, ninfas e adultos ou predadores. Atualmente possuem registro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), simultaneamente, 16 produtos comerciais a base de Beauveria bassiana e 1 a base de Isaria fumosorosea para o controle da Daubulus maidis (cigarrinha), com eficiência de até 85%, com a adequada aplicação do produto.
Em Chuvisca, além de auxiliar todos os produtores que buscam informações ou orientações, a Emater/RS-Ascar implantou o monitoramento de pragas e doenças do milho em uma Unidade de Referência na propriedade de Paulo Kellermann Bierhals, que fica na localidade de Guaraxaim da Serra. O produtor cultiva o milho varietal BRS Missões e recebe orientações e monitora constantemente a produção para acompanhar o desenvolvimento da cultura e observar se haverá ou não a presença da cigarrinha.
Quer saber mais sobre este assunto e os serviços de apoio ao agricultor que a Emater/RS-Ascar pode te oferecer, entre em contato com o escritório mais perto de você.
Fonte: Ascom Emater/RS-Ascar/Carine Massierer