A taxa de desemprego recuou de 12,0% para 11,8% no trimestre encerrado em setembro, segundo dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada hoje pelo IBGE. Esse recuo, entretanto, não dá muitos motivos para comemoração. O total de desempregados ainda é alto, são 12,5 milhões de desocupados, e o número de empregados sem carteira assinada, ou seja, de informais, bateu recorde no período.
O que explica essa queda no desemprego? Segundo o IBGE, esse recuo pode ser atribuído à sazonalidade do período. É que havia mais pessoas trabalhando do que pessoas procurando emprego. “Essa queda na taxa é normalmente observada nos meses de setembro, é uma sazonalidade típica do mercado de trabalho. O ano geralmente começa com mais pessoas procurando trabalho e no 3º trimestre há tendência de reversão”, explica a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
Houve aumento da ocupação? O total de ocupados no trimestre encerrado em setembro somou 93,8 milhões de pessoas, um acréscimo de 459 mil. A geração de postos foi puxada pela informalidade, ou seja, postos com menos garantias trabalhistas.
Dá para especificar quanto aumentou a informalidade? Houve aumentos de 2,9% no emprego sem carteira no setor privado, que registrou 11,8 milhões de empregados, e de 1,2% de trabalhadores por conta própria, que totalizavam 24,4 milhões de pessoas.
“Do ponto de vista quantitativo, tem mais pessoas trabalhando nesse trimestre, mas a questão é a qualidade dessa forma de inserção informal”, ressalta Adriana Beringuy.