A vegetação que invade os acostamentos das rodovias estaduais da região pela falta de manutenção e colocam em risco os usuários das vias, foi tema de uma reunião online no início da noite desta sexta-feira, 30 de abril, em que participaram lideranças políticas e empresariais dos municípios de Camaquã, Tapes e Chuvisca e o Diretor de Infraestrutura Rodoviária do DAER, Richard Polo.
O encontro proposto pelo deputado estadual Marcus Vinicius de Almeida surgiu sobretudo a partir da iniciativa de um grupo de ciclistas que está organizando um protesto na ERS-350, em Camaquã, para chamar a atenção ao problema e que está previsto para ocorrer neste domingo (02/05), a partir das 14 horas junto ao trevo de acesso à Chuvisca.
Os representantes municipais no encontro virtual relataram com riqueza de detalhes os problemas enfrentados com a vegetação nas rodovias ERS-350 nos trechos entre Chuvisca e Camaquã e entre Camaquã e Arambaré, além dos trechos da ERS-717 que liga Tapes a BR-116 e da ERS-715 em Sentinela do Sul.
A galhada de árvores de grande porte, principalmente Amaricás, já tomaram todo o estreito acostamento em diversos pontos, invadindo inclusive a faixa de rolagem.
O vereador de Chuvisca, Marcio Konflanz pontou que o problema vai além dos ciclistas e que afeta todos os usuários pela falta de visibilidade e a necessidade de desviar dos galhos em alguns locais. “Não tem como dois caminhões se cruzarem em determinados pontos sem que batam nos galhos e isso pode causar um acidente ou danificar uma lona ou o próprio caminhão”, exemplificou o vereador.
Além da falta de roçada, questões como o reparo de buracos na pista de rolagem, a remoção da vegetação do piso do acostamento e a implantação e/ou recuperação da sinalização foi cobrada do diretor do DAER.
Para o ciclista Vítor Lindenau todos os problemas pontuados precisam ser sanados para garantir a segurança de quem utiliza a via. Ele inclusive citou que muitas das placas ainda existentes foram colocadas pelo grupo de ciclistas por conta de uma mobilização em outra oportunidade, há cerca de quatro anos. Também afirmou que assume novamente o desafio de mobilizar o grupo para que novas placas sejam instaladas e ainda recuperadas as que estão danificadas, mas que para isso precisa da autorização do DAER.
Entre as propostas elencadas por Marcus Vinicius está a possibilidade da confecção de um termo de cooperação entre DAER e prefeituras para que os municípios recebam uma verba mínima que possibilite que esta manutenção seja feita pelas máquinas municipais e com isso agilize o atendimento das demandas.
Richard reconheceu o problema e afirmou que uma equipe de manutenção já está atuando na ERS-350 fazendo a roçada manual e com uma roçadeira articulada, acoplada ao trator. Garantiu também que vai empenhar esforços para que a equipe se desdobre em horários estendidos mesmo ao final de semana para agilizar a conclusão do trabalho. Ele explicou que o serviço é terceirizado através de um contrato de conserva, mas que o modelo atual não contempla a sinalização e que esta demanda deve ser incluída nos próximos editais. Neste sentido entende que o termo de cooperação sugerido por Marcus abriria possibilidades de parcerias como a sugerida por Vítor Lindenau para resolver o problema.
Quanto a demora ao atendimento das demandas o diretor atribui a carência de recursos orçamentários da superintendência regional do DAER de Pelotas frente a grande extensão de rodovias sob sua responsabilidade.
Richard informou ainda que as próximas rodovias a receberem manutenção serão a ERS-715 e ERS-717, contudo não soube precisar quando devem iniciar os serviços.
De encaminhamentos restou aos vereadores encaminharem aos Executivos municipais a proposição para formação dos termos de cooperação entre as prefeituras e o DAER.
