Prejuízos são estimados em quase R$ 5 milhões para famílias autorizadas a explorar a atividade pesqueira na Lagoa do Peixe
A cena é de desastre: milhares de peixes mortos sobre o resquício de água no Parque Nacional da Lagoa do Peixe, localizado nos municípios de Tavares, Mostardas e São José do Norte, devido à severa estiagem. Além do impacto ambiental, a lagoa praticamente seca impacta diretamente a economia da região, dependente da pesca. As estimativas, por enquanto, são de que, somente no camarão, os prejuízos sejam de quase R$ 5 milhões para as 201 famílias autorizadas a explorar a atividade pesqueira na Lagoa do Peixe, que ocupa cinco mil hectares com mil metros de largura.
“A pesca abriu dia 27 de dezembro. Os pescadores pescaram por pouco mais de uma semana e não conseguiram mais”, lamenta o prefeito de Tavares, Gardel de Araújo. De acordo com ele, a região não tem tido nenhuma chuva neste verão, mas, além da estiagem, os ventos têm prejudicado a situação. “Quando tem vento sul, o mar bota água dentro da lagoa, mas, como o predominante é o nordeste, só tira água”, explica. Ainda conforme o prefeito, a pesca é a principal atividade das famílias – 154 de Tavares e 47 de Mostardas – e é movimentada por agroindústrias e pelas vendas diretas dos produtos in natura.
O desespero em função da lagoa praticamente seca levou a movimentações políticas. Segundo o prefeito, o senador Luis Carlos Heinze e o deputado federal Jerônimo Goergen estão tentando medidas junto ao governo federal referentes à economia e ao impacto ambiental. Uma das iniciativas é para que os pescadores da colônia Z-11 sejam autorizados a pescar na Lagoa dos Patos, na localidade de Estreito, em São José do Norte. “Eles querem um apoio (financeiro), mas o principal é poder trabalhar”, comenta Araújo.
Para tratar da questão, o deputado Jerônimo Goergen afirma ter acionado o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), os ministros da Cidadania, João Roma, da Agricultura, Tereza Cristina, do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e do Meio Ambiente, Joaquim Leite, com quem esteve na última quarta-feira juntamente do presidente do Ibama, Eduardo Bim. “Pedi para o ministro o suporte na questão ambiental, porque a lagoa secou”, comenta.
Henrique Massaro / CP