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sábado, setembro 7, 2024

Estratégia de Combate ao Aedes com Larvicida Torna-se Política Nacional

O Ministério da Saúde do Brasil anunciou recentemente a ampliação de uma inovadora estratégia no combate ao mosquito Aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, zika e chikungunya. A medida, que inicialmente foi desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), visa transformar-se em política pública nacional, abrangendo diversas cidades, especialmente as de maior porte, onde a proliferação do inseto representa um desafio constante para a saúde pública.

Como Funciona a Estratégia

A estratégia central envolve o uso das chamadas Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs), criadas pelos pesquisadores do Laboratório de Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia da Fiocruz. Essas estações consistem em potes contendo água parada, atraindo as fêmeas do mosquito em busca de locais para depositar seus ovos. Cobertas por um tecido sintético impregnado com o larvicida piriproxifeno, as fêmeas acabam carregando o larvicida consigo. Assim, ao voar para outros locais de oviposição, disseminam involuntariamente o larvicida, interrompendo o ciclo de reprodução do Aedes aegypti.

Implementação Nacional

A implementação da estratégia como política nacional seguirá um fluxo detalhado, iniciando com a manifestação de interesse dos municípios. Após isso, haverá a assinatura de acordos de cooperação técnica entre os municípios, o Ministério da Saúde e a Fiocruz, além da validação da estratégia junto às secretarias estaduais de saúde. Capacitações serão realizadas para os agentes locais, seguidas pelo monitoramento contínuo da implementação.

Inicialmente, a estratégia será expandida em 15 cidades selecionadas com base em critérios como alta densidade populacional, elevadas notificações de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e altos índices de infestação pelo mosquito.

Resultados e Benefícios

Estudos preliminares realizados em 14 cidades brasileiras entre 2016 e 2022 demonstraram resultados promissores. A disseminação do larvicida pelas próprias fêmeas do mosquito possibilita o alcance de criadouros em áreas de difícil acesso, como imóveis fechados e regiões de urbanização precária, onde a água parada é frequentemente encontrada.

Outras Tecnologias Recomendadas

Além das EDLs, o Ministério da Saúde recomenda o uso de ovitrampas para monitoramento da população de mosquitos, borrifação residual intradomiciliar em casos de alta infestação, técnica do inseto estéril por irradiação e o Método Wolbachia, que introduz uma bactéria para bloquear a transmissão de vírus pelos mosquitos.

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