Sabe aquela sensação de que a duração do tempo na viagem de ida é sempre maior do que a da volta? Não tem mistério, a ciência explica
Independente do destino, horário e duração, todo mundo que viaja compartilha um mesmo sentimento: a sensação de que o tempo da ida foi mais longo do que o da volta. Essa impressão é, de fato, apenas uma impressão. Ao passo que o deslocamento de um ponto a outro, na mesma velocidade e trajeto resulta em uma mesma contagem no cronômetro, essa percepção é um equívoco. Mas, calma, a culpa não é inteiramente sua e a ciência explica.
Albert Eistein é um dos maiores nomes na história da humanidade. Embora o físico seja reconhecido por diversos feitos, uma de suas mais famosas conquistas chama-se Teoria da Relatividade. Segundo o cientista, o tempo é relativo e depende do referencial a partir do qual o medimos. Naturalmente, costumamos usar o relógio para fazê-lo no nosso cotidiano.
No entanto, quando se trata de uma viagem, nosso marcador temporal passa a ser interno, mais especificamente, nosso cérebro. Em suma, aquilo que a ciência chama de “estruturas neurais” são responsáveis pelo controle da nossa percepção do tempo. Curiosamente, elas localizam-se na mesma área que comanda nossa concentração e, por isso, a famosa sensação de que a ida é mais longa do que a volta.
Isso ocorre porque, se a maior parte do nosso cérebro estiver focada nos detalhes e informações dispostos ao longo do caminho (placas, paisagens e afins), não conseguimos nos concentrar no controle do tempo. Como resultado disso, não temos uma noção precisa da duração da viagem.
A diferença entre as viagens de ida e volta
Portanto, na ida, costumamos prestar atenção em tudo que complementa o cenário, o que influencia diretamente na nossa percepção de distância. A quantidade de informação assimilada nos leva a acreditar que a viagem está sendo prolongada e demorando mais do que deveria. Aliás, é sempre na viagem de ida que escutamos a famosa frase: “vai demorar muito para chegar?”.
Em contrapartida, na volta, nosso cérebro já reconhece o caminho, e aquilo que antes chamou tanta atenção já é informação assimilada. Dessa forma, a concentração pode dividir-se em outros pontos (na música tocando na rádio, na conversa sobre a viagem e até mesmo no cochilo de estrada). É assim que nossa percepção de tempo é alterada para menos, dando a impressão de que o deslocamento foi realizado em menor duração.
A teoria da relatividade
Quando apresentou a Teoria da Relatividade em 1905, Einstein não revolucionou apenas o século 20, mas transformou completamente a compreensão que as pessoas teriam a respeito do espaço, tempo e gravidade. Segundo o cientista, o tempo é maleável, podendo ser acelerado ou freado e passando mais depressa para uns e devagar para outros.
Além disso, foi proposto que o tempo e o corpo têm uma relação inversamente proporcional. O que isso significa? Pois bem, isso quer dizer que quanto mais rápido o corpo se move, mais lento o tempo se torna. Portanto, o tempo é relativo e depende do referencial que usamos para medi-lo, podendo variar de acordo com cada ponto de vista.
Visto que a viagem de ida costuma ser marcada pela ansiedade de conhecer o lugar e planejar as atividades, a percepção de tempo é prolongada. Já na volta, marcada pela comodidade do retorno ao lar, a duração é bem menor. Além disso, outro caso curioso é aquilo que acontece quando estamos com fome. Por exemplo, os 30 minutos de cozimento de algum alimento ou da entrega do delivery parecem durar uma eternidade, mesmo tratando-se de uma breve meia hora.
E então, já havia parado para pensar na relatividade do tempo? Apesar disso, as viagens de ida continuarão parecendo mais longas que a volta, mas pelo menos agora você sabe o porquê.
Fonte: Superinteressante e Estado de Minas.