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sábado, abril 27, 2024

Exposição “Dom Feliciano LAR de LORENZ”, continua aberta ao público

A Exposição “Dom Feliciano LAR de LORENZ” inaugurada na I Jornada Espiritual para Lorenz, realizada em comemoração ao seu sesquicentenário no dia 17/12/22, permanece aberta ao público na Casa da Cultura do Imigrante.

A exposição visa RESGATAR, conhecer e preservar ainda mais a história dessa importante personalidade que escolheu Dom Feliciano como seu LAR.

Nesta terça-feira (03/01/22) o município recebeu a visitantes de Estância Velha – Rondônia.

E deixa aberto o espaço para quem quiser conhecer os livros, manuscritos, viajar nas fotos e conhecer mais sobre Francisco Valdomiro Lorenz.

A Casa da Cultura do Imigrante, fica localizada na Rua Sete de Setembro, 38. Horário de atendimento das 8h às 12h e das 13h às 16h, aberta também aos domingos à tarde ou com agendamento através do (51) 3677-1142.

 

 

Saiba mais sobre sua história:

Francisco Valdomiro Lorenz nasceu com o nome de Fratisek Vladimir Lorenc era intelectual, professor, filósofo, médico homeopata, escritor (73 obras publicadas), tradutor, astrônomo, astrólogo, poliglota (dominava mais de 100 idiomas), esperantista, agricultor, poeta, filantropo, patrono de uma loja maçônica, Delegado Geral do Círculo Esotérico do Pensamento no RS, Doutor em Cabala pela Ordem cabalística da Rosa Cruz e médium renomado que dedicou sua vida fazendo o bem ao próximo.

Nascido na pequena província de Zhor em Zbislav, atual distrito Písek na República Tcheca, no dia 24 de dezembro de 1872, véspera de Natal. Filho legítimo de Francisco Lorenz e Tereza Lorenz, tinha 3 irmãos e 1 irmã naturais da Tchecoslováquia.

Era desde cedo um fenômeno linguístico pois começou a ler com apenas 5 anos de idade. Aos 17 anos já era professor e falava fluentemente a Língua Inglesa, o Francês, Alemão, Italiano, Hebraico, Árabe, Grego, Chinês e o Aramaico a Língua falada por Jesus.

Aos 18 anos em 1890 publicou o 1º Manual de Esperanto para os Tchecos, Esperanto que é considerada a língua universal que ele tanto sonhava que fosse falada por todos, Língua pela qual se tornou um verdadeiro Mestre, sendo ele um dos fundadores da Associação Universal de Esperanto em Genebra na Suíça.

Primeiro livro publicado aos 17 anos

Em 1891 teve que deixar a sua pátria, onde suas ideias religiosas e seu ideal político democrático e emancipacionista eram vetados pelo reacionário e antidemocrático governo austríaco, sob o qual a então Tchecoslováquia estava submetida, durante um período. Lorenz torna-se então um ativista em defesa de seu povo defendendo as Causas Separatistas da Áustria, mas por este motivo torna-se um dos alvos de seus perseguidores que defendiam não a divisão do país, mas a dominação de todo aquele território.

Foi então que um amigo ao saber que queriam tirar a vida de Lorenz, o avisou durante uma reunião e cedeu sua passagem de vinda ao Brasil em seu lugar, pois ele e seus pais estavam com viagem marcada para o próximo dia, o amigo então lhe cedeu a passagem e também um dicionário Tcheco Português para que ele durante a viagem conhecesse um pouco do idioma, mas é claro que com sua facilidade, desembarcou no Brasil falando o idioma português. Em 1893 chega ao Brasil e vai trabalhar por quase um ano em Minas Gerais e Rio de Janeiro. Mas com muita vontade de vir para terras gaúchas no início do ano de 1894 chega a Porto Alegre. Trabalha por algum tempo, mas por passar por situações que o estavam entristecendo resolve vir para o interior e no dia 8 de julho de 1894 chega a Colônia São Feliciano, pois recebeu do governo dois lotes de terra na Linha Apolinário, onde fixou residência, estava então com 22 anos de idade e já dominando 24 línguas.

E em 1929 quando fora a Porto Alegre a pedido do Governador Getúlio Vargas, em um exame para professor provou que seus conhecimentos linguísticos já estavam em 52 idiomas, e quando deixou seu corpo físico tinha o domínio de 104 idiomas.

Em 1896 casou-se com Ida Krachefski com quem teve 13 filhos legítimos, 8 adotivos e ainda os que ficavam hospedados gratuitamente em sua casa para estudar. Ida Krachefski sua esposa era parteira e bastante respeitada e conhecida também na comunidade.

Em São Feliciano dedicava sua vida em ministrar aulas e trabalhava como agricultor auxiliando o povo em todas as situações que era solicitado como: tradutor, acerto de documentos e outros.

Teve grande contribuição também como Médico Homeopata, com ervas curava muitas pessoas, e contam os mais antigos que havia dias que Lorenz nem dormia, pois pela manhã trabalhava na lavoura, a tarde ministrava aulas e algumas noites inteiras passava acordado cuidando de pessoas enfermas.

Em 1918 ano em que se espalhou no Brasil a chamada “Gripe Espanhola” vitimando muitos brasileiros, Dom Feliciano e região não registraram mortes pois Lorenz havia criado um antídoto (espécie de vacina) para impedir a chegada da epidemia à comunidade.

Chegando à colônia com os imigrantes em sua grande maioria poloneses e notando as dificuldades linguísticas que os mesmos estavam passando, confeccionou uma Gramática “Gramatykajezyka Portugalskiego” a Gramática da Língua Portuguesa e ainda um Dicionário “Sownik Polsko Portugalski”, Dicionário Polonês – Português, para que os imigrantes tivessem mais facilidade em comunicar-se nesta terra de língua estranha para eles, e isto lembrando que ele era Tcheco e não polonês.

Fundou uma das primeiras escolas do município a qual mantinha com seu trabalho e ajuda da comunidade, pois os pais que levavam os filhos para estudar colaboravam para o funcionamento da mesma.

Posteriormente Lorenz foi chamado a prestar exames em Porto Alegre para continuar ministrando as aulas e em 1906 o então Presidente do Estado Antônio Augusto Borges de Medeiros nomeia o Professor Lorenz para formar e reger uma Escola Pública Estadual, lecionando não só para as séries iniciais, mas passando para os alunos maiores: línguas, matemática, português, geografia, história, física, química, agronomia, botânica e zoologia.

Na escrita prosseguiu sua jornada escrevendo centenas de artigos para jornais e revistas do Brasil e para fora do país (Tchecoslováquia, Colômbia, Japão) além de livros com temas profundos sobre: Vida, amor, Deus, fé, espiritualismo, alegria, sentimentos, pensamentos, mistérios, astrologia, curas, ervas, verdade, justiça e comunicação espírita e outros.

Como o papel era muito caro e difícil de conseguir, Lorenz escrevia seus artigos e publicações no papel que encontrasse e pudesse aproveitar, nas beiras dos livros e revistas, papelões, papéis de embrulho enfim o papel não importava qual era, mas se tinha um espaço em branco, era aproveitado. Sempre a noite quando não estava cuidando de um doente, Lorenz estava escrevendo e com a precária luz de um lampião, pois luz elétrica ainda não existia. Foi dele a primeira tradução portuguesa do notável livro “Bhagavad Gita”, a Bíblia Indú no ano de 1912, e em 1942 verteu este livro em versos para o Esperanto, conservando a mesma métrica do original sânscrito. Teve mais de 70 obras publicadas, sendo várias em esperanto, além de diversas traduções.

Deixou em rascunho a Oração do Pai Nosso em 100 línguas com sua respectiva pronúncia. Estudando também com dedicação o Aramaico para poder apreciar o “Sermão da Montanha” em sua originalidade, na Língua falada por Jesus Cristo. Em seu livro “Iniciação Linguística” está a oração do versículo III do Evangelho de São João em 70 Línguas na 1ª Edição publicada em 1929. Escreveu ainda o nome de Deus em 365 línguas (inclui idiomas e dialetos), para reverenciar a Deus a cada dia do ano de forma diferente. E a oração da Ave Maria escreveu em 22 Línguas.

Foi um grande estudioso da Astrologia e Astronomia, tornando-se o criador e escritor do conhecidíssimo “Almanaque do Pensamento” da Editora Pensamento o qual deixou escrito com todas as previsões corretas até o ano de 1964, tendo falecido em 1957.

Em 1944 fica viúvo, e em 1949 casa-se novamente, agora com Francisca Nalepinski Schumann e muda-se para Porto Alegre em 1950. Vem a falecer no dia 24 de maio de 1957 em Porto Alegre onde residia, na Rua Felicíssimo de Azevedo, nº 420, foi sepultado no Cemitério São João em Porto Alegre, mas no ano de 2012 teve seus Restos Mortais trazidos para sua terra escolhida como seu lar…

A Colônia São Feliciano, agora cidade de Dom Feliciano, e descansa em um Memorial feito em sua homenagem na cidade em frente ao Cemitério Municipal que foi idealizado por seus netos Vladimir Lorenz e Sinval Lorenz e pela Diretora de Cultura do município na época Luciana Terezinha Novinski. Após sua morte, Lorenz foi psicografado por Francisco Cândido Xavier. E para tornar conhecida sua história e seu legado em 2021 Luciana publicou o livro “FRANCISCO VALDOMIRO LORENZ – UM HOMEM ALÉM DO SEU TEMPO”.

Clique aqui para ver o vídeo da reportagem.

ASCOM: Prefeitura Municipal de Dom Feliciano 

 

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Redação CLICR
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