As declarações do podcaster e influenciador digital Bruno Monteiro Aiub, conhecido como Monark, em alusão ao nazismo, ganharam grande repercussão no país e geraram manifestações diversas da classe política criticando severamente a atitude do comunicador.
Monark é dos criadores do Flow, um dos podcast mais ouvidos do Brasil que possui mais de 3,6 milhões de inscritos só no YouTube. Na noite da terça-feira, 08 de fevereiro, enquanto defendia qualquer tipo de liberdade de expressão, ele acabou em contradição quando declarou que o Brasil devia reconhecer legalmente a criação de um partido nazista. O fato ocorreu durante uma entrevista em que participavam a deputada Tabata Amaral (PSB – SP) e o deputado Kim Kataguiri (DEM – SP).
O youtuber reforçou sua afirmação acrescentando: “Se o cara quiser ser um antijudeu, eu acho que ele tinha direito de ser”.
Presidenciáveis incluindo Sergio Moro (Podemos), Ciro Gomes (PDT), que já foram entrevistados no programa, além de João Doria (PSDB), entre outros, usaram as redes sociais para repudiar o posicionamento de Monark.
Também no senado as reações foram fortes em rebate a declaração de Monark evidenciando o quanto o tema é impactante.
Davi Alcolumbre (DEM-AP), que é judeu, foi um dos que se manifestaram. Ele divulgou uma nota oficial, classificando o ato de “repugnante e criminoso”.
“Defender o nazismo não é liberdade de expressão. Defender um regime que assassinou seis milhões de judeus inocentes só por serem judeus, no maior genocídio da história, é um acinte repugnante e criminoso”, disse
Outros senadores pegaram o gancho para encorpar a fala de Alcolumbre, entre eles o senador Fabiano Contarato (PT-ES) que afirmou: “discurso de ódio não se confunde com liberdade de expressão e as liberdades democráticas não podem ser usadas para defender ‘ideologias nefastas’”.
Até o momento não há registros de manifestações sobre o assunto por parte do ex-presidente Lula ou do presidente Jair Bolsonaro.
O Flow Podcast emitiu uma nota lamentando o ocorrido e pedindo desculpas, sobretudo a comunidade judaica. Por fim informou o desligamento de Monark afirmando que esta foi baseada nos “preceitos de boa prática, visão e missão dos Estúdios Flow”.
Monark também foi às redes sociais onde gravou um vídeo se desculpando pela atitude e alegando estar “muito bêbado” quando fez a declaração.
“Peço perdão pela minha insensibilidade, mas também peço um pouco de compreensão. São quatro horas de conversa, estava bêbado. Fui insensível sim, errei na forma como me expressei, dá a entender que estou defendendo coisas abomináveis. Peço compreensão e desculpas a toda a comunidade judaica”, disse o youtuber.