A predominância da monocultura do tabaco, realidade de muitos municípios da Centro-Sul, incluindo Cristal, é uma preocupante realidade, que merece atenção do poder público e dos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (ATERs). E para auxiliar na transformação deste cenário desafiador, uma vez que a efetiva diversificação à cultura do tabaco demanda outras cadeias produtivas viáveis estruturadas, a Emater/RS-Ascar tem construído ações e políticas públicas nos municípios visando a segurança e soberania alimentar, agroindustrialização e a diversificação de cultivos. Dentre as políticas públicas que são executadas pela Emater/RS-Ascar na região está o Programa Nacional de Diversificação de Áreas Cultivadas com Tabaco (PNDACT), Chamada Pública da Anater, que tem contribuído na mudança desse contexto.
A Emater/RS-Ascar de Cristal atendeu, pelo PNDACT, 61 famílias, as quais participaram da realização de diagnósticos individuais e comunitários, do planejamento e desenvolvimento de projetos técnicos, através de visitas técnicas e atividades coletivas (dias de campo, cursos, oficinas e reuniões).
Para atender aos interesses dos beneficiários, a principal estratégia adotada pela Emater/RS-Ascar foi a busca por demais políticas públicas que pudessem fomentar atividades projetadas e/ou já desenvolvidas na propriedade, mas não vistas até então com viabilidade econômica, sempre com foco em qualificar a produção para autoconsumo (como garantia de segurança alimentar), complementação da renda da propriedade através de atividades consorciáveis com o tabaco e a migração da cultura do tabaco para outras fontes de renda.
A Pandemia do coronavírus apresentou alguns obstáculos na realização das metas propostas, especialmente daquelas que dependiam de eventos coletivos e visitas, os quais foram superados com criatividade e lançando mão da tecnologia digital (grupos de whatsapp, dentre outros).
Os principais resultados podem ser vistos em propriedades que migraram e/ou diversificaram do tabaco para produção de morango, agroindustrialização, pecuária de corte e leite, avicultura colonial, soja, horticultura, piscicultura, dentre outros. Além da produção de alimento para consumo voltando a exercer seu papel fundamental, a organização e embelezamento das propriedades, melhoria da autoestima e protagonismo jovem são também importantes resultados alcançados.
Como exemplo, podemos citar a propriedade da família Harthmann da Silva, que cultivava 100 mil pés de tabaco e migrou para o cultivo de morangos em sistema semi-hidropônico e agroindustrialização das frutas que são transformadas em doces e geleias. De acordo a agricultora Rosa Harthmann, essa transição precisou ser planejada e hoje o ganho econômico e de qualidade de vida obtido com a produção de morangos supera o resultado que o cultivo de tabaco trazia para a família.
Cabe ressaltar que essa transformação é uma caminhada lenta, mas promissora, e que os resultados estão sendo constantemente construídos, através do incansável trabalho de ATERs, poder público, produtores e comunidades, na estruturação de novas cadeias produtivas e melhoria da qualidade de vida.
Quer saber mais sobre este assunto e os serviços de apoio ao agricultor que a Emater/RS-Ascar pode te oferecer, entre em contato com o escritório mais perto de você.
Fonte: Ascom Emater/RS-Ascar – Carine Massierer