A Festa da Uva realizada no município baronense é o evento mais popular da cidade. Neste ano de 2021 a festa completaria a sua 86ª edição porém devido a pandemia de Covid-19, a comissão organizadora decidiu por não realizar o evento entendendo que a saúde deve vir em primeiro lugar. Já são quase 90 anos desta celebração que está marcada na história da cidade, desde quando Barão do Triunfo era Distrito de São Jerônimo, já era realizada a famosa Festa da Uva.
Para resgatar a história desta festa, o jornal Regional conversou com algumas pessoas que há dezenas de anos participam deste grandioso evento.
O início da sua história
No livro “Barão do Triunfo Descobrindo sua História” de Leandro Fallavena, diz que a cultura da uva e a produção de vinho, deram origem a festa da uva. No início os colonos italianos promoviam a festa na comunidade, onde cada proprietário de parreiral colocava a exposição uma boa quantidade de uvas, vinhos e outros produtos de cultura diversas. A festa da uva sempre foi o evento mais popular de Barão do Triunfo com a participação das pessoas mais influentes da comunidade. As festas organizadas pelos primeiros colonizadores tinham várias características italianas, tais como: comidas típicas, as danças folclóricas, gincanas e a animação da banda musical. O colono que colocasse o melhor produto na exposição recebia um bom prêmio.
Mais de 50 anos indo a festa
Otília Lidia Lang Garcia moradora da localidade de Certaja (interior), é uma das coordenadoras da festa que ajuda na organização. Hoje com 68 anos relembra do tempo que ainda era criança e ficava admirada com o movimento das conduções que rumavam em direção a festa.
“Nós morávamos na Linha Alfredo Silveira e desde muito nova sempre ficava cuidando o movimento da estrada e quando tinha a Festa da Uva passavam muitas conduções que seguiam para a festa. Eu ainda não podia ir por que era muito nova, mas meus irmãos sempre iam a festa” recordou.
Com o passar dos anos Otília logo começou a participar da festa e lembrou da primeira vez que em que esteve no evento, “Eu devia ter uns 15 anos e lembro que tinha muita gente, comparado aos dias de hoje naquele tempo vinham mais visitantes, as ruas ficavam tomadas de ônibus que traziam o pessoal de municípios vizinhos e na praça central quase não dava pra caminhar”
A aglomeração de muitas pessoas durante a festa se dava por que não havia muito espaço, o único pavilhão da festa era onde hoje é a Câmara Municipal de Vereadores, era neste espaço em que haviam as exposições e atrações musicais, ao longo do tempo os Padres que passaram foram fazendo construções então a festa foi se expandindo e esta evolução a baronense credita muito ao trabalho do Padre Egídio.
A Festa da Uva é o principal evento da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, o lucro obtido das festas era utilizado para as despesas básicas do Paróquia. Mesmo sem a data para a realização do evento, a Igreja fez a sua tradicional rifa e tem no primeiro prêmio o valor de R$5 mil e mais 11 ótimos prêmios. O valor da rifa é de R$5,00 e por ter este valor acessível, Otília crê que é neste momento a melhor forma de cooperar com a instituição religiosa.
“Devemos sempre ajudar e podemos estar ajudando comprando a rifa da festa, é um valor bem acessível que todos podem ajudar comprando ou até mesmo vendendo os números da rifa” concluiu.
Festa o dia inteiro
Angelino Vieira da localidade de Boca do Campo (interior), também acompanhou a evolução da festa ao longo dos anos. Desde muito jovem conta que ia para a festança.
“Sempre tinha ônibus que levava o pessoal para a festa e íamos bem cedinho e voltávamos somente ao anoitecer, era festa o domingo todo”, relembrou antes de completar dizendo o que mais gostava do evento. “O que eu mais gostava era ver todo aquele pessoal de diferentes localidades, era um dia muito divertido”.
Muita gente no evento, está é talvez a principal lembrança das pessoas que acompanharam a festa desde o seu início, a concentração dos visitantes na praça central, como ainda ocorre nos tempos atuais é um momento marcante para a comunidade baronense.
Outra lembrança recordada por Angelino é dos muitos cavalarianos que deixavam seus cavalos nas proximidades da festa, além das lotações exclusivas para ao evento, o cavalo e as bicicletas eram os meios de transporte mais utilizados daquela época.
Hoje com 82 anos, Vieira diz ter ido em quase todas as edições da festa desde que foi pela primeira vez.