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sexta-feira, novembro 22, 2024

Autoridades arrombam casas à procura de casos de covid-19 na China

Pelo menos 84 habitações na cidade de Guangzhou, no sul da China, foram arrombadas pelas autoridades na busca de possíveis novos casos de covid-19. O governo distrital pediu desculpas pelo comportamento “primário e violento”. Contudo, as redes sociais chinesas encheram-se de protestos.

O incidente aconteceu no dia 10 de julho, após várias pessoas que vivem num complexo de apartamentos na cidade de Guangzhou terem testado positivo à covid-19.

Em nome da política rigorosa de zero covid que vigora na China, as autoridades arrombaram e invadiram pelo menos 84 habitações, argumentando que haviam pessoas escondidas que estariam tentando escapar da transferência para centro de confinamento, disse a empresa de comunicação social estatal.

De acordo com o jornal Global Times, os residentes infectados foram transferidos para uma instalação centralizada, mas “alguns contatos próximos foram encontrados escondidos em suas casas”, levando as buscas a abrangerem outras habitações para encontrar mais “residentes ocultos”. As portas foram posteriormente seladas.

O governo do distrito de Liwan pediu desculpas pelos danos a dezenas de fechaduras e pela invasão das casas. Descreveu o comportamento dos funcionários como “primário e violento”, observando que os arrombamentos “se desviaram das regras que regem a prevenção de epidemias”.

As autoridades asseguraram que haverá uma investigação a “pessoas relevantes”, que poderão ser punidas. Informaram ainda que os afetados pelos arrombamentos serão indemnizados pelos danos.

Redes sociais

Quando as imagens dos arrombamentos começaram a circular nas redes sociais, especificamente na Sina Weibo, gerou-se uma onda de protestos e indignação na esfera pública.

Os utilizadores da popular rede social comentaram a notícia e falaram que tal comportamento “atropela os direitos civis das pessoas”.

“É este um país governado por lei?”, perguntou um usuário da rede. “Um pedido de desculpas não é suficiente”, realçou outro.

A China mantém mais de mil comunidades confinadas para controlar surtos associados às subvariantes Ômicron altamente transmissíveis. A cidade de Xangai tem sido o exemplo mais conhecido.

De acordo com a Al Jazzera, já foram documentados diversos casos de polícias e profissionais de saúde a invadir casas na China em nome de medidas sanitárias. Além de portas arrombadas e moradores ameaçados de punição, mesmo quando testaram negativo para a covid-19, as autoridades exigiram chaves para trancar os moradores nos prédios onde foram detectados casos e foram erguidas barreiras de aço nas ruas e colocadas barras de ferro soldadas nas portas, para impedir qualquer circulação.

A Comissão Nacional de Saúde anunciou na terça-feira 699 novos casos de transmissão doméstica detectados nas 24 horas anteriores. A maioria dos  casos é assintomática.

*Com informações de RTP

 

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