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sábado, maio 18, 2024

Idosos fabricam pellets de combustível para se manterem ativos

Aos 62 anos e recentemente aposentado de um cargo no governo, Bavon Mubake encontrou uma nova vocação na fabricação de pellets de combustível, o que lhe rende dinheiro enquanto ajuda a conservar as preciosas florestas do leste do Congo.

Mubake recolhe resíduos, incluindo papelão, bem como caules e folhas de milho. Ele embebe a mistura, depois seca e tritura, transformando-a em um pó que mistura com serragem carbonizada e prensa em briquetes que podem ser queimados com segurança como combustível de cozinha.

“Este trabalho me ajuda a educar meus filhos, ter comida na mesa e também ter o suficiente para comprar roupas e outras coisas”, disse ele.

Os briquetes que ele produz são inodoros, sem fumaça e são vendidos por apenas 100 francos congoleses (R$ 0,27), produzindo calor a um décimo do custo do carvão tradicional.

É um trabalho físico, mas mantém você jovem, conta Sylvestre Bin Kyuma Musombwa, chefe do Centro de Reabilitação para Idosos em Bukavu, província de Kivu do Sul, onde Mubake faz suas pelotas.

Após apenas três meses de operação, o centro está produzindo cerca de 2.000 briquetes por semana, ajudando a reduzir a dependência da cidade da floresta tropical, enquanto oferece uma ocupação a aposentados como Mubak.

“As pessoas dizem que quando você envelhece, você pode sentar e esperar a morte, mas pensamos que é trabalhando que você pode atrasar a velhice”, disse Musombwa.

Com acesso limitado à eletricidade, a maioria das pessoas em Bukavu cozinha com “makala”, ou carvão, pedaços de madeira queimados lentamente do parque nacional próximo, lar do ameaçado gorila das planícies orientais.

Isso também tem um custo ambiental. O Kivu do Sul perdeu 12% de sua cobertura arbórea nas últimas duas décadas, de acordo com o Global Forest Watch, em grande parte por causa da agricultura de corte e queima e produção de carvão.

É um padrão observado em toda a bacia do rio Congo, a segunda maior floresta tropical do mundo depois da Amazônia, que absorve 4% da emissão global de carbono a cada ano, de acordo com a Iniciativa Florestal da África Central.

“Dizem que nada se perde, nada se cria. Se cortarmos as árvores para fazer lenha, queima-se e acaba-se”, mencionou Musombwa. “Decidimos recolher o lixo das pessoas, reciclá-lo e fazer outra forma de energia a partir dele.”

*Com informações de Agência Reuters

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