Com o objetivo de reunir e dar voz às mulheres que fazem a diferença dentro e fora das porteiras das propriedades rurais aconteceu na sede do Sindicato Rural de Tapes e Sentinela do Sul (SRT), no último dia 08 de março, o primeiro encontro do projeto Conectadas no Agro, idealizado pela zootecnista Sônia Berbigier.
Ela conta que teve a ideia de criar o movimento feminino no setor quando em uma reunião do SRT percebeu a maioria esmagadora de homens discutindo e deliberando sobre os assuntos relativos à lavoura, produção, mercado, entre outros, que envolvem as propriedades rurais.
“Senti a necessidade de fazer com que essas mulheres se inteirem, se permitam e se sintam presentes na atividade rural, pois o fato é que ainda predomina a figura masculina neste cenário. Porém já faz algum tempo que a mulher vem ocupando seu espaço e cumprindo um papel importante no agro, participando das decisões, auxiliando na gestão e fazendo a diferença de ponta a ponta na propriedade, embora muitas vezes nem perceba isso”, avalia Sônia.
A zootecnista mora atualmente em Tapes e atua profissionalmente no município pelo Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar/RS, numa parceria com o SRT, atendendo pecuaristas. Foi através de seu trabalho que ela criou laços sociais com diversas mulheres e decidiu montar um grupo para tirar a ideia do papel.
Sônia destaca que o projeto tem como missão contribuir com o desenvolvimento pessoal e profissional das mulheres inseridas em diferentes frentes do agronegócio na região, com foco na capacitação e visando sobretudo a sucessão familiar.
A idealizadora emenda ainda que este primeiro encontro serviu para o debate entorno da ideia e que o próximo passo é a organização do grupo numa estrutura administrativa que deve contar com direção, conselho e extensões. Todavia ela revela que pensa grande e já planeja ampliar as ações em nível regional.
“Nosso objetivo é realmente conectar essas mulheres de Tapes, Sentinela do Sul e região, fazendo a expansão desse núcleo. Queremos proporcionar momentos de debates e de trocas de experiências entre mulheres brasileiras do campo, além de auxiliar na capacitação profissional. ‘Conectadas’ porque pretendemos estar o tempo todo ligadas nas questões do agronegócio, desenvolvendo estudos para uma produção sustentável, trabalhando temas como governança, liderança, responsabilidade, ética, respeito e segurança alimentar. Estes são os nossos valores”, concluiu Sônia.
No planejamento das ações futuras consta a promoção de palestras, oficinas, projetos de comunicação, de cooperação, empreendedorismo, produtividade, tecnologia, sucessão familiar, dinamismo, mentoria, entre outras abordagens relacionadas ao agronegócio.