O Ministério Público Estadual vai instaurar um inquérito civil para investigar os fatos que levaram a Equatorial Energia a apresentar problemas no fornecimento de luz em quase 70 municípios gaúchos.
A concessionária deixou em torno de 200 mil pontos desabastecidos, após temporais no início de março. Muitos ficaram sem resposta por vários dias consecutivos.
A decisão do Ministério Público ocorreu em audiência solicitada pelo deputado Edegar Pretto, que preside a Comissão de Segurança e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa.
A Equatorial é uma empresa privada, que assumiu o controle da CEEE em julho do ano passado, após a estatal ter sido privatizada pelo governador Eduardo Leite. Conforme Edegar Pretto, as situações de falta de luz antes eram pontuais, mas agora viraram corriqueiras.
A reunião de trabalho teve participação de mais de 120 pessoas, de 25 municípios. Elas manifestaram a inconformidade com as situações de falta de luz, tanto para os moradores da cidade quanto do interior. Os relatos apontam prejuízos nas propriedades, como queima de equipamentos e utensílios, ocasionando perdas de produção, como carne e leite. Segundo Edegar Pretto, a população está vulnerável e a Equatorial precisa apresentar soluções urgentes.
A Equatorial admitiu que houve demora no atendimento e argumentou que os problemas são decorrentes do clima, da deterioração de postes e equipamentos, além de furtos de cabos de redes. Conforme o procurador-geral de Justiça do Ministério Público, Marcelo Dornelles, o inquérito vai investigar os problemas relatados na audiência. Também vai acompanhar o andamento de investimentos propostos, como a melhoria da resposta em situações de falta de energia nas regiões da concessionária.