A natureza sempre nos reserva muitas curiosidades, não é mesmo? A todo momento, pesquisadores divulgam informações sobre animais até então desconhecidos ou que saíram da lista de extinção graças à sua reprodução. Mas e o animal mais raro do mundo, você sabe qual é?
Esse título os estudiosos deram para a tartaruga Rafetus Swinhoei, ou tartaruga de casco mole, como é mais conhecida. Se você se interessa pelo mundo animal, vai adorar saber mais um pouco sobre essa espécie de réptil da família Tryonichidae.
Qual a origem da tartaruga Rafetus Swinhoei?
O animal mais raro do mundo habita a China e o Vietnã. Ele ficou conhecido em 1873 pelo especialista em tartarugas do Museu Britânico John Edward Gray. O réptil foi nomeado primeiramente como Oscaria Swinhoei e descrito na época como a mais bonita espécie que Gray já havia visto.
Estudos indicam que o gênero Rafetus é muito antigo. Para você ter uma ideia, a Swinhoei e a Rafetus euphraticus são resultado do isolamento geográfico que se deu de 50 a 55 milhões de anos atrás.
Com a colisão da Índia com a Eurásia, formou-se o Himalaia, que dividiu as águas dessa região. O isolamento possibilitou que a evolução fosse distinta para cada espécie. Uma história muito antiga, concorda?
Essa raridade da natureza se alimenta de caranguejos, peixes, caracóis, sapos, plantas aquáticas e folhas. São tartarugas aquáticas de água doce e podem chegar a um metro de comprimento.
O que causou a sua quase extinção?
Infelizmente, essa triste realidade vai para a conta dos seres humanos. A poluição e intervenções mal-planejadas de rios fizeram com que esse animal exótico se tornasse o mais raro do mundo.
Atrelado à destruição do meio ambiente, a sua quase extinção está vinculada à popularidade da sua carne e ao fato do seu tanque (bexiga) já ter sido utilizado para fins médicos.
Agora, as autoridades de proteção animal tentam descobrir novas saídas para a manutenção da espécie no planeta. Desde 2019, o Departamento de Pesca de Hanói, no Vietnã, vem se reunindo para desenvolver estratégias de descoberta e captura do animal mais raro do mundo.
A condição da tartaruga Swinhoei pode mudar
De acordo com o Departamento de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Hanói, no Vietnã, em parceria com o Programa Asiático de Tartarugas (ATP), da Conservação Indo Mianmar (IMC) e a Sociedade de Conservação da Vida Selvagem (WCS), uma fêmea foi capturada em outubro de 2020 no Lago Dong Mo.
Apesar de dois anos de pandemia da COVID-19, a natureza nos presenteou com essa grande novidade. Afinal, existem grandes chances da tartaruga rara se reproduzir com o único exemplar comprovadamente existente no mundo até então: um macho, que vive em um zoológico na China.
E as boas notícias não param por aí. De acordo com informações da Revista Galileu, os órgãos responsáveis estimam que exista pelo menos mais um exemplar da tartaruga mais rara do mundo no Lago Dog Mo, e outras nas proximidades do Lago Xuan Khanh, também no Vietnã.
Ainda segundo a revista, um planejamento está sendo desenvolvido por órgãos de proteção que aguardam a confirmação do sexo dos animais no Vietnã. Confirmadas as presenças de machos e fêmeas, os próximos passos serão realizados para a conservação ampla da espécie.
Animal sagrado
A tartaruga do casco mole é considerada um animal sagrado desde o século 15 por povos do lago vietnamita de Hoan Kiem. Isso porque muitos acreditam que o animal é o lendário Kim Qui, ou Deus Tartaruga Dourada, que se faz presente ao longo da história do Vietnã.
Porém, fora dali ela sempre foi alvo de caçadores, por sua carne ser suficiente para alimentar famílias inteiras. Afinal, algumas podem pesar até 100 quilos. Os seus ovos também já foram usados para tratamento da diarreia.
Trabalho de preservação da espécie
É certo que o animal mais raro do mundo não depende apenas do cruzamento para permanecer existindo. Questões como a poluição da água também precisam ser profundamente trabalhadas com a comunidade — e estão sendo.
O lixo e os pesticidas que são descartados para o sistema de esgoto, eventualmente, deságuam nas águas do Lago Dong Mo. Por isso, uma força-tarefa está atuando para educar a população.
Além disso, pescadores locais foram escalados para monitorar diariamente as tartarugas e capturá-las para um programa de reprodução em cativeiro. Ou seja, cientistas e a comunidade estão atuando juntos, em prol de um objetivo grandioso, o de conseguir preservar a Rafetus Swinhoei.
Por: Blog Petz